Demonstrar o processo de aquisição de mão de obra escrava oriunda do continente africano, as diversidades étnicas submetidas, analisando as diferentes formas de obtenção ao longo dos séculos, bem como as inúmeras regiões e rotas envolvidas, refazendo os caminhos utilizados, diferenciando o tráfico interno e externo. O objetivo principal é tratar a figura humana, pensando quem são esses indivíduos forçados ao trabalho escravo, além do papel daqueles envolvidos direta ou indiretamente: traficantes, governantes, religiosos, associações de comércio, além do próprio Estado. O tema foi pensado para os 2ºs anos do Ensino Médio, compondo duas turmas de vinte e cinco alunos cada, cujo planejamento se encaixa adequadamente ao tema.
Um mapa político atual do continente africano, um mapa da África anterior à presença islâmica e europeia no continente, filme Amistad, leitura do capítulo 1 e 2 do livro "Uma história do negro no Brasil" (pré-requisito).
Pesquisar os diferentes grupos étnicos submetidos à escravidão no continente africano, em equipes, sendo entregue ao professor na semana da aula dialogada. Em torno de 6 equipes, um grupo étnico para cada equipe. Confeccionar mapas com alfinetes coloridos, contendo as rotas de comércio escravista, ou seja, os caminhos percorridos e a densidade demográfica de cada grupo étnico pesquisado, estabelecendo gráficos quantitativos. Tanto os mapas, quanto os gráficos serão expostos. A partir de trechos selecionados do filme Amistad, estabelecer um tribunal em sala de aula, julgando a escravidão, estabelecendo equipes que defenderão a escravidão dos africanos e outras que acusarão tal prática, pedindo seu fim. Essa última avaliação tem por objetivo estabelecer parâmetros morais, éticos e identificar a capacidade de arguição dentro de um tema polêmico, além de propor o debate.
Expor e dialogar com a turma a respeito do processo de aquisição de escravos africanos, a partir da escravidão doméstica. Em um segundo momento, como a presença islâmica dinamiza as relações escravistas e transforma a escravidão em comercial. Por fim, com a presença europeia em maior escala, o tráfico Atlântico e todas as suas implicações.
Assistir ao trecho do filme Amistad, cujo arquivo está em anexo, sobre o tráfico Atlântico, tentando visualizar as possíveis condições da travessia.
Ao final da aula dialogada e do trecho do filme, identificar as sensações, os sentimentos, as dúvidas em relação ao tema em si. Estabelecer também as diretrizes para a confecção dos mapas com alfinetes e dos gráficos.
Em uma turma de vinte e cinco alunos, estabelecer dois grupos de sete pessoas, divididos em promotoria e defesa, responsáveis por acusar e defender a escravidão dos africanos. Ambos os grupos têm um mês de antecedência para ler os capítulos do livro solicitado, "Uma história do negro no Brasil", estabelecendo suas bases de argumentação. O condutor do julgamento é o professor, que representa o juiz. O juri é composto pelos outros onze alunos, que sentar-se-ão à esquerda do professor, responsáveis pelo veredicto. Cada grupo tem dez minutos para estabelecer seu parecer. Posteriormente uma réplica de sete minutos cada. Em um terceiro momento, cada grupo faz uma apelação final ao juri, com quatro minutos. O juri, por sua vez, se reúne em três minutos e apresenta o veredicto, com a contagem total de votos.
Estabelecer os prazos para a entrega da atividade com os alfinetes coloridos (rotas de comércio escravo e densidade dos grupos étnicos envolvidos). Além disso, tendo em vista tudo que foi proposto, encerrar o tema a partir de uma tarefa, a ser entregue na aula posterior, com a seguinte reflexão: pensando todo o processo de escravidão ocorrido no território africano e as relações existentes de uma parcela desses povos, que aqui no nosso país vieram parar, contra sua vontade, busque responder às seguintes questões em um texto reflexivo com o máximo de quinze linhas: O Brasil estaria melhor hoje se não houvesse a escravidão africana? E a África? Estaria melhor?