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Curso de Formação de Professores

5ª Olimpíada Nacional em História do Brasil

120
minutos

Os retornados: o Brasil na África (9º ano do Ensino Fundamental II)

No meio escolar, é clássica a abordagem das marcas da cultura e povos africanos na formação da sociedade brasileira. No entanto, a análise dos retornados aponta o caminho inverso, o que pode despertar o interesse do aluno a compreender como o Brasil também pôde ser levado para a África, além de proporcionar o debate sobre a (re)construção da identidade e as trocas culturais.

Plano de aula construído por
Marcela Marrafon de Oliveira (Iracemápolis / SP)

Objetivos

Levar o aluno do 9º ano a indagar um processo contrário ao que ele está acostumado a fazer: perceber o Brasil na África por meio dos retornados, tomando como análise a biografia de Francisco Félix de Souza e o estudo da Festa do Nosso Senhor do Bonfim no Benin. Compreender como se constroem as identidades individuais/ sociais, um processo complexo, difícil de ser apreendido. Associar as tramas das histórias individuais ao contexto histórico. Indagar em que medida a mudança de espaço geográfico (Brasil-África) leva à reconfiguração das identidades e às trocas culturais. Enfim, trabalhar identidade, itinerário e cultura como conceitos em permanente construção.

Requisitos

Materiais básicos: datashow e telão (para a aula expositiva e as apresentações dos seminários dos alunos); o artigo "África: o retorno", de M. L. de Souza; o documentário "Atlântico Negro" (destaque para os trechos sobre os agudás e a Festa do Nosso Senhor do Bonfim).

Avaliação

Após a aula expositiva pela professora, os alunos deverão apresentar seminários. Serão avaliados, nesse primeiro momento, pela pesquisa produzida, forma de apresentação e questionamentos para o debate sobre o tema. Posteriormente, farão uma avaliação escrita formal (resenha individual sobre o tema).

1
45
min

Exposição Oral por parte do professor

A aula expositiva terá duas partes: na primeira, será explicado aos alunos quem foram os retornados (tendo como principal exemplo os agudás do Benin), o contexto histórico no qual emigraram (século XIX) e os motivos (a Revolta dos Malês em 1835 na Bahia, a busca de alternativas econômicas e sociais na África de seus antepassados, a abolição da escravatura no Brasil em 1888). Na segunda parte, os alunos receberão instruções sobre como proceder com a pesquisa para a apresentação dos seminários em pequenos grupos. Os objetivos principais são analisar a (re)construção das identidades, partindo da biografia de Francisco Félix de Souza, e destacando as influências culturais por meio do estudo da Festa de Nosso Senhor do Bonfim no Benin, que guarda imensa relação com a festa da Bahia (Salvador).

2
30
min

Pesquisa em sala de aula (livros, revistas)

Os alunos, já dividos em grupos para o seminário, leverão o artigo de Monica Lima e Souza que da história de retornados para poderem aprofundar a pesquisa (que farão em casa) sobre Francisco Félix de Souza, a fim de analisar a identidade de um retornado e as tramas sociais que estabeleceu. Também verão trechos do documentário "Atlântico negro- na rota dos orixás", sobretudo os que tratam dos agudás no Benin e da Festa de Nosso Senhor do Bonfim. Para estabelecer ligação com a festa baiana, também deverão analisar a relevância atual da festa, que chegou a ser considerada patrimônio imaterial no Brasil, em 2013.

3
45
min

Seminário em grupo (alunos)

Após as discussões e as pesquisas em sala de aula, bem como o aprofundamento dessas em trabalhos feitos fora de sala (estudo em casa), cada grupo deverá apresentar um seminário (15 minutos para cada grupo) com uma parte expositiva e levantamento de questões para debate ao final. Na parte expositiva, os grupos deverão demonstrar seu estudo, apresentando a biografia de Francisco Félix de Souza, porém, sem uma mera repetição de datas e fatos, mas analisando a configuração de sua identidade, seu papel histórico e seu legado na história do Brasil e do Benin. Pode-se, ainda, para aprofundar o estudo, comparar a vida de Francisco de Souza, que foi do Brasil para a África, com a de José Custódio Joaquim de Almeida, africano que veio ao Brasil (conhecido como o príncipe de Uidá). A intenção é que os grupos discutam a (re)construção das identidades, as tramas histórico-sociais criadas, muito mais do que ficar repetindo datas e fatos sem análise da vida dos personagens. Além disso, cada grupo deverá apresentar a Festa do Nosso Senhor do Bonfim no Benin, mostrando o que compreendeu da relação dessa festa com a festa da Bahia (Salvador), como ela pode demonstrar o elo Brasil-África no passado e no presente. Apesar de todos os grupos deverem apresentar o mesmo tema- a festa do N.S. do Bonfim- cada um ficará livre (e será previamente orientado pela professora) para estabelecer as conexões que achar necessárias com o papel dos retornados, a identidade cultural e religiosa, a configuração de identidades como um processo em permanente (re)construção.