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O diabo na livraria dos inconfidentes
Texto acadêmico

“(…) Havia um obstáculo à (…) circulação [de livros]: a censura. Desde os inícios do século XVI até 1768, ela se encontrou sob os cuidados da Inquisição, do Ordinário e do Desembargo do Paço. Depois, consonante a política de secularização da censura desenvolvida no continente europeu, passou para a Real Mesa Censória, criada em 1768 com o intuito de se aumentar o rigor do processo censório. Com as mudanças, à Real Mesa Censória passaram a caber a censura, a elaboração de um novo Index Expurgatório – que não se confundia com o proposto pelo papa – a Fiscalização dos livros. Eram proibidos os livros contrários à Religião, à Moral, à Cultura e à Ordem Política vigentes. E, dentre as condições que tornavam os livros proibidos, podemos ver a face do demônio: se o imaginário mineiro colonial demonizava a sedição, a Natureza (a miséria do homem e a Natureza como se concebia no século XVIII), a maledicência, o calundu e os libertinos, estas ideias, ações e personagens, caso se fizessem presentes nos livros, tornavam-se proibidos.

Dona Maria I, em 1787, reformou a censura, criando um novo organismo: a Comissão Geral para o Exame e a Censura de Livros. A nova comissão, criada devido à inoperância da Real Mesa Censória, também não conseguiu reprimir a entrada de livros proibidos em Portugal e no Brasil. Em 1793, o governo de Portugal retornou ao sistema dos três poderes: Inquisição, o Ordinário e o Desembargo do Paço.

Dentre os principais livros proibidos, os franceses vinham em primeiro lugar, começando pelos filósofos da Ilustração como D’Alambert, Brissot, Buffon, Condorcet, Condillac, Diderot, Helvétius, La Mettrie, Mably, Marmontel, Montesquieu, Raynal, Rousseau, Voltaire (…)”

Sobre este documento

Título
O diabo na livraria dos inconfidentes
Tipo de documento
Texto acadêmico
Origem

Luiz Carlos Villalta. O diabo na livraria dos inconfidentes. In: NOVAES, Adauto. Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 370.

Créditos

Luiz Carlos Villalta