Transcrição
Cabeça de porco
Era de ferro a cabeça.
De tal poder infinito
Que, – se bem nos pareça,
Devia ser de granito.
No seu bojo secular
De forças devastadoras,
Viviam sempre a bailar
Punhos e metralhadoras.
Por isso viveo tranquilla
Dos poderes temerosos,
Como um louco cão de fila
Humilhando poderosos.
Mas eis que um dia a barata,
Deo-lhe na telha almoçal-a,
E assim foi, -sem patarata,
Roendo, até devoral-a.
Patarata: mentira pretensiosa; ostentação vã.
AULETE, Caldas. Diccionario contemporaneo da lingua portugueza. Lisboa [Portugal]: Parceria Antonio Maria Pereira, 1925, Disponível em: http://www.auletedigital.com.br/
Sobre este documento
Angelo Agostini, Revista Illustrada, Rio de Janeiro, anno 18, n° 656, fevereiro de 1893, capa.
Angelo Agostini