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2º Curso de Formação de Professores

Cinquenta anos do golpe e a ditadura civil-militar

120
minutos

"Verás que um filho teu não foge a luta. E o teu futuro, espelha essa grandeza?"

Esse plano de aula deve ser aplicado após um panorama geral sobre o Regime Civil-Militar. Pretende-se analisar a violência da ditadura contra seus opositores, qualificando-a como um crime contra os direitos humanos, o papel da sociedade atual na condução de uma política de justiça e verdade no Brasil e resgatar vozes/experiências pouco exploradas pela história oficial e livros didáticos.

Plano de aula construído por
Carla Izabel Amaro Brolia (Lucianópolis / SP)

Objetivos

O objetivo desse plano de aula é demonstrar aos alunos o abuso de poder praticado pelos agentes do Estado como prisões sem justificativa, mortes e torturas no período, ou seja, um crime de desrespeito aos direitos humanos. E que a partir dessa constatação, eles possam compreender a importância dessa política de justiça e verdade, sobre o período da ditadura militar brasileira, como fator fundamental à consolidação da democracia no Brasil.

Nessa perspectiva, busca-se ainda, levar o aluno a apreender e verificar que a impunidade do passado inspira e “justifica” a violência policial na sociedade atual, e que a mesma é aceita e encarada como “natural” e “necessária”, diante da continuidade de uma política que classifica pessoas como “potencialmente perigosas,” em sua maioria, moradores de periferias e favelas, jovens negros e pobres.

Parindo dessas premissas, faz-se necessário aprofundar a compreensão dos alunos sobre a história brasileira e, principalmente, reforçar as conquistas e as lutas que ainda são necessárias para consolidação do regime democrático em nosso país.

E por fim, ampliar e compartilhar os conhecimentos adquiridos nesse plano de aula com a comunidade escolar através da montagem de um painel sobre o tema.

Requisitos

- vídeos dos depoimentos da Família Telles

- cópias de textos

- impressora e papéis coloridos para montagem do painel

Avaliação

A Avaliação terá como objetivo organizar um diagnóstico contínuo e sistemático que permita ao professor compreender o caminho percorrido pelo aluno, seus avanços com relação a uma compreensão inicial e os conhecimentos adquiridos e/ou aprofundados. Dessa forma, através dela será possível resolver e sanar dificuldades de ensino e aprendizagem que apareçam no decorrer das aulas.

Como avaliação inicial se analisará o primeiro resumo apresentado após pesquisa em casa sobre a Comissão Nacional da Verdade e os comentários apresentados pelo aluno na aula dialogada sobre sua pesquisa. Através dela se observará as aptidões e interesses dos alunos tendo em vista os objetivos esperados.

A partir daí se avaliará o desenvolvimento do aluno nas diversas atividades realizadas, procurando identificar as mudanças estruturais e argumentativas relacionadas ao conhecimento do aluno, bem como terá continuidade o trabalho de detecção dos problemas de ensino-aprendizagem. Assim se observará os resultados da aprendizagem relativamente aos objetivos, a comparação entre diferentes resultados obtidos pelo mesmo aluno tanto nas aulas dialogadas como em suas produções escritas.

De forma geral, fará parte da avaliação:

a) A observação da participação nas atividades de sala de aula, individuais e em grupo.

b) A capacidade de organizar e produzir uma narrativa em suas sínteses e relatórios.

c) Domínio do conteúdo nas narrativas produzidas.

d) Uso de conceitos, contextualização, relações de causalidade e noções de tempo presentes nas falas e textos apresentados pelos alunos.

e) Capacidade de leitura dos processos de produção dos vídeos e textos analisados, além de questões acerca da historiografia. Esse último aspecto será trabalhado de forma menos intensa, por isso, o desenvolvimento dessa competência não será priorizado.

1
15
min

Atividade oral envolvendo a classe (perguntas/respostas/debate)

Inquietações do presente

Ao concluir o panorama geral sobre o Regime Civil Militar no Brasil, pedir como lição de casa uma pesquisa sobre a Comissão Nacional da Verdade com elaboração de breve síntese.

No retorno dos alunos à sala de aula, organizar uma roda de conversa levantando os aspectos relevantes destacados por eles numa chuva de idéias e conceitos na lousa, discutindo as inquietações que levaram à criação da comissão. Apresentar a sequência didática que desenvolveremos e seu objetivos, já esclarecendo que, ao final dela, deverá ser apresentado um relatório sobre todas as atividades desenvolvidas.

2
25
min

Vídeo/Música/Imagem

Propor um resgate da experiência de perseguição e violência sofrida pelos opositores políticos da ditadura através de vídeos e leitura.

Nesse momento se realizará um estudo de caso que demonstre a violência das prisões e torturas ocorridas durante a ditadura. Será usado o material disponibilizado durante o curso “Cinquenta anos do golpe e a ditadura civil-militar” sobre a Família Teles, assistindo aos depoimentos de Amelinha Teles, Criméia de Almeida e do Seminário Verdade e Infância Roubada. Essa família foi vítimas de perseguição, presa e torturada durante a ditadura, acompanhados pelos filhos ainda pequenos (4 e 5 anos) que presenciaram tudo.

O objetivos dessa atividade é que o aluno perceba a violência perpetrada pelos agentes do Estado contra seus opositores como um crime contra os direitos humanos.

Arquivos e links
2.1
2.2
2.3
3
20
min

Leitura de texto em sala de aula

Será realizada a leitura de alguns trechos do livro Pau de Arara: A Violência Militar no Brasil,de Bernardo Kucinski e Ítalo Tronca (Solução Quase Final). Objetivo dessa atividade é dar continuidade à identificação da violência utilizada contra os opositores durante a ditadura. Ao final da leitura, o tema será discutido com os alunos e os pontos principais da discussão serão transcritos para o relatório.

Obs: não consegui anexar o pdf do texto no arquivo.

4
40
min

Seminário em grupo (alunos)

Retomando as questões em torno da Comissão Nacional da Verdade, será proposto um trabalho de reflexão em torno das informações que correm pela mídia, internet e sociedade em geral quanto à aplicação de uma política de justiça e verdade no Brasil. A turma será dividida em grupos que receberão um tema contra o qual devem pesquisar e argumentar. Deverão também pesquisar os caminhos que outros países têm percorrido buscando solucionar questões parecidas com as do Brasil.

Grupo A – A Lei da Anistia: muitos alegam que a Lei da Anistia impede que políticas de justiça e verdade sejam implementadas no Brasil e que sua revogação seria uma discrepância à cultura política brasileira que optou pelo caminho da concórdia e da conciliação para retornar à democracia. Esses grupos consideram o período da ditadura civil-militar como um “mal necessário” e a repressão promovida pelo Estado uma “página virada” da nossa história. Qual o caminho a seguir: a Lei da Anistia deve ser revogada? A repressão e a tortura foram anistiadas por essa lei?

Grupo B – Abertura dos arquivos secretos: muitos defendem que os arquivos secretos do período ditatorial não devem ser abertos à pesquisa, pois estimulam conflitos na sociedade brasileira, ou seja, problemas do passado causariam agitações no presente. Esses arquivos devem ser abertos? Que tipo de informações eles podem conter? Pessoas e grupos podem estar sendo protegidos com o sigilo dessas informações?

Grupo C – Punição dos envolvidos nas torturas e mortes: o código penal deve ser aplicado aos crimes da ditadura? Quais são os principais argumentos a favor e contra isso.

Grupo D – Indenização de vítimas da ditadura: quais são os principais argumentos daqueles que defendem ou não que o Estado deve indenize as vítimas e suas famílias? Que outras políticas de reparação podem ser utilizadas?

Arquivos e links
5

min

Atividade a ser realizada em casa pelos alunos (lição de casa)

Os alunos buscarão imagens, organogramas e infográficos sobre o tema da tortura e aparato repressivo do estado durante a ditadura na internet e na biblioteca para montar um painel informativo no mural da escola e uma apresentação de slides sobre o tema “Violência da Ditadura Militar e a política de justiça e verdade no Brasil”.

Nesse momento, também será indicada uma pesquisa sobre a família Petit da Silva, que moraram em Duartina, município vizinho à Lucianópolis, e conhecidos por muitas pessoas de nossa cidade. Os irmãos Maria Lucia, Jaime e Lucio participaram da Guerrilha do Araguaia e até hoje sua irmã Laura luta pelo direito de enterrar Jaime e Lucio. Também será disponibilizado textos das entrevistas realizada moradores da cidade para a 6ª ONHB, nas quais os entrevistados falam sobre os Petit da Silva e sua relação pessoal com eles. Com isso, pretende-se trazer a questão dos mortos e desaparecidos durante a Ditadura Civil Militar para mais perto do cotidiano dos alunos.

Arquivos e links
6
20
min

Outro tipo de produção (cartazes, produção de desenhos a mão livre)

De volta à sala de aula, os alunos selecionarão entre o material coletado os mais significativos, produzirão informações escritas e organizarão espacialmente o painel. Em seguida farão a montagem do mesmo no pátio da escola. Para apresentá-lo à comunidade escolar, os alunos organizarão monitoria e receberão todas as turmas, explicando o painel e discutindo com os colegas de outras turmas a importância atual de se resgatar a memória e a história desse período. A professora orientará o trabalho de monitoria e estará presente para auxiliar os alunos.

A exposição do painel e show de slides com monitoria serão apresentados à comunidade durante a reunião de pais e nos finais de semana na Escola da Família. O show de slides também será divulgado no blog da escola e nas páginas da escola e do grêmio estudantil no Facebook com a intenção de incentivar o debate sobre a importância de uma justiça de verdade na atualidade fora da escola.