O estudo com a fonte primária permite ao estudante compor o conhecimento histórico por si próprio, a partir do documento e de outras referências que possam auxilia-lo na leitura e compreensão da mesma. Simulando o trabalho de historiadores, eles desenvolverão a técnica e a capacidade de criticarem com objetividade quaisquer suportes que lhes sirva como fonte de informação. O estudo com o Decreto-Lei n.314/67 e o documento da sentença permitirá compreender a ideologia do novo regime implantado a partir de 1964 e os meios dos quais dispunha a fim de atingir seus objetivos. Ficará claro, entrementes, o seu caráter autoritário amparado em dispositivos legais e se discutirá conceitos como "segurança nacional" e "justiça social" sob o prisma da própria lei; a leitura do voto vencido, revela-se ainda um contraponto à sentença e permite outra interpretação das atitudes do réu, ou seja, a aula proporcionará aos alunos o julgamento dos atos imputados ao padre, sob dois pontos de vista opostos e a compreensão dos princípios (pragmáticos, morais, ideológicos etc.) que determinaram seus pareceres divergentes sobre o caso. A sentença da Justiça Militar no caso do Pe. Jentel é um importante exemplo de aplicação da LSN. Contraponto a esta condenação é o voto vencido do juiz auditor, Dr. Plínio Barbosa Martins, ao qual a história faria justiça, levando o Supremo Tribunal Militar a reconhecer, já no ano seguinte e sob grande pressão internacional, que o padre não havia cometido crime contra a segurança nacional, enquanto a imprensa brasileira, sob censura, nada noticiou.
-A aula foi planejada aos alunos dos ciclos finais no ensino fundamental e do ensino médio. Recomenda-se aplicá-la no 2º ou 3º anos do ensino médio;
MATERIAIS:
-cópias da Sentença e do Voto Vencido no processo do Pe. François Jacques Jentel;
-cópias do Decreto-Lei n. 314 de 13 de Março de 1967;
-dicionário da língua portuguesa;
-folhas pautadas e material para escrita.
Serão avaliadas todas as atividades, no decorrer da aula, de acordo com as instruções para cada uma delas.
A última atividade (Produção escrita em grupo) deverá ser entregue para o professor e será corrigida, avaliando-se: organização do grupo em classe; a coerência dos argumentos suscitados e a clareza na exposição de ideias.
Ler e destacar as palavras e/ou trechos não compreendidos; procurar no dicionário o significado das palavras; breve pesquisa sobre o vocabulário jurídico (com o próprio professor ou colegas que possam compartilhar as informações que eventualmente já possuam);
Ler e destacar as palavras e/ou trechos não compreendidos; procurar no dicionário o significado das palavras; breve pesquisa sobre o vocabulário jurídico (com o próprio professor ou colegas que possam compartilhar as informações que eventualmente já possuam);
Momento para os alunos apresentarem perante a classe e o professor suas impressões pessoais sobre os documentos. Espera-se que emitam sua própria opinião de forma clara (com coerência e crítica), havendo espaço para discussão das opiniões divergentes sobre o caso (argumentos de defesa dos réus, o julgamento, o próprio conteúdo da lei e sua aplicação ao caso em questão). Este também é o momento que no qual a classe poderá sanar as dúvidas técnicas concernentes aos documentos com que estamos trabalhando.
A partir do que foi lido e com base nas discussões e nos comentários feitos pelos alunos, divide-se a sala em dois grupos (os que concordam com a sentença e os que emitiriam um parecer favorável à absolvição do réu) que irão redigir uma nova sentença segundo as suas opiniões do julgamento. É importante orientar os alunos para se aproximarem do texto jurídico o quanto for possível, embasando suas produções escritas na lei estudada e em torno dos fatos conhecidos a partir da sentença, expondo argumentos condizentes com os mesmos.