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2º Curso de Formação de Professores

Cinquenta anos do golpe e a ditadura civil-militar

120
minutos

PATRIMÔNIO E ARQUEOLOGIA DA REPRESSÃO: O REGIME MILITAR NO BRASIL (2ª SÉRIE ENSINO MÉDIO)

Análise do patrimônio do regime militar no Brasil, a partir do Memorial da Resistência (SP), para compreender o que é e qual a contribuição que a arqueologia forense e da repressão oferece ao estudo desse período da história do Brasil. São propostos: pesquisa, debates, visita técnica ao Memorial e a análise da experiência museológica dos alunos. Para a 2ª série do Ensino Médio (16 anos).

Plano de aula construído por
Marcela Marrafon de Oliveira (Iracemápolis / SP)

Objetivos

Conscientizar os alunos para a educação patrimonial, no caso, específica à área do patrimônio que trata da repressão e resistência no Brasil. Para isso, será também necessário o trabalho e compreensão da arqueologia forense visita ao Memorial da Resistência, em São Paulo, para estudo de caso.

Dentre os principais objetivos dessa proposta, destacam-se:

- a percepção de que os lugares têm e guardam memórias que precisam ser conhecidas e discutidas;

- a relevância da preservação do patrimônio histórico, mesmo daqueles que relembram feitos e períodos dolorosos da vida de um povo, além de discutir a dificuldade de se narrar e preservar esses espaços;

- o estudo da repressão praticada pelo regime sobre os cidadãos e também e resistência de pessoas que lutaram contra isso, e, consequentemente, a análise da diferença entre ditadura e democracia e a defesa dos direitos do cidadão e o papel do Estado nessa questão;

- o trabalho com a experiência museológica dos alunos em visita ao Memorial da Resistência (SP).

Requisitos

Sala de aula com computador e telão para projeção de imagens; textos selecionados e indicados para leitura; ônibus para visita ao Memorial da Resistência (SP).

Avaliação

Apresentação de seminário em grupo e de relatório final produzido após a visita ao Memorial. A turma será dividida em três grupos, o estudante se inscreverá no tema que mais lhe interessar, estipulando-se um mínimo e máximo de alunos por grupo. Os temas serão: o patrimônio do regime militar; a arqueologia forense; a história do Memorial da Resistência (SP) e sua pertinência como patrimônio do regime. Cada grupo apresentará um seminário de 10-15 minutos para os colegas de sala e para a professora sobre um dos 3 grandes temas sugeridos. Serão avaliados a pesquisa, a apresentação dos dados coletados, a relevância dos debates sugeridos e a expressão oral dos alunos.

Entrega de relatório após visita ao Memorial da Resistência (SP) com textos e fotos do espaço. No relatório, deve-se comentar a história do espaço, como foi usado durante o regime civil-militar e como chegou a ser Memorial da Resistência. Também deve apresentar discussão que demonstre a importância de se preservar um espaço como esse, para a história e para a atualidade. Além disso, os alunos poderão expressar suas impressões sobre o Memorial, se a visita foi válida e em que medida. Serão avaliados a produção escrita, as reflexões, as referências às fontes pesquisadas e o tratamento das imagens (com legenda).

1
25
min

Exposição Oral por parte do professor

A aula expositiva é importante para que todos os alunos partam de um contexto comum, saibam das principais discussões acerca do tema da aula e possam conduzir melhor sua pesquisa e apresentação. A ideia principal de seminários segundo 3 grandes temas é que cada grupo possa amarrar sua discussão a aspectos comentados por outros grupos, bem como propor discussões que só possam ser plenamente desenvolvidas com a participação dos outros grupos. Nesse sentido, a minha exposição aos alunos versará sobre:

a) o que é e qual a importância da arqueologia forense no estudo do regime civil-militar no Brasil: após, em aula anterior, ter trabalhado a periodização e principais assuntos político-econômico-sociais ligados ao regime civil-militar, exporei o que é a arqueologia forense e como ela se liga ao contexto do regime, sendo, inclusive, um método que contribui para melhor compreender esse contexto.

b) o que é patrimônio cultural e como compreender um patrimônio específico ligado à repressão e resistência: esse assunto é primordial ser abordado por meio de aula expositiva com os alunos, pois é um tema que os materiais didáticos quase nunca abordam, apesar de sua relevância, principalmente quanto à formação de um cidadão que deverá atuar e opinar sobre os “espaços” (não apenas físicos) de memória da sua sociedade. O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) já abordou temas ligados ao patrimônio cultural e, segundo minha experiência, os alunos costumam se sentir confusos diante dessas questões, justamente por não serem muito estudadas em sala de aula. Ademais, discutirei um caso específico dentro da área do patrimônio cultural, que é o patrimônio de repressão e resistência, tendo como norte da discussão o porquê, a relevância e a dificuldade de se preservar espaços e memórias ligados a experiências traumáticas.

c) apresentação da história do Memorial da Resistência e outros patrimônios similares, como o campo de concentração de Auschwitz. A menção a Auschwitz será feita para que os alunos possam estabelecer um paralelo com outros patrimônios, pois o Holocausto (ou melhor, a Shoah) é um tema que lhes desperta curiosidade, além de estarem em contato com o assunto por meio de filmes e revistas de divulgação científica que exploram constantemente o tema. Dessa forma, o campo de Auschwitz serviria para partir de algo conhecido pelos alunos para que compreendam melhor as discussões que também se ligam ao Memorial da Resistência.

2
45
min

Atividade a ser realizada em casa pelos alunos (lição de casa)

Após a exposição da professora, os alunos deverão realizar pesquisas em casa (em livros, sites, revistas, entrevistas, etc) para produzir um seminário. Caso sintam necessidade, poderão marcar reuniões e pesquisa também na escola, porém, em horário oposto ao das aulas. Serão 3 grandes temas a se pesquisar: o patrimônio do regime militar; a arqueologia forense; a história do Memorial da Resistência (SP) e sua pertinência como patrimônio do regime. Cada grupo, que já escolheu seu tema, se aprofundará em um assunto.

A etapa da pesquisa deverá levar em conta o levantamento de fontes, a leitura das fontes selecionadas, pesquisa de campo e/ou entrevistas (caso haja necessidade), discussão das informações e imagens que serão trabalhadas no seminário e produção de pequenos textos.

Após a etapa descrita acima, os membros do grupo decidirão que tipo de material usarão para a apresentação do seminário: cartazes ou projeção em slides. A apresentação deverá conter textos curtos, porém expressivos acerca do assunto a ser discutido, e imagens (estas devem vir acompanhadas de legenda informativa e com a indicação da fonte de onde foram retiradas).

Por fim, devem elaborar uma ou duas questões para o debate com toda a turma. As questões deverão estar relacionadas ao assunto trabalhado pelo grupo e ter ligação com o assunto dos outros dois grupos que também apresentarão seu seminário.

3
45
min

Seminário em grupo (alunos)

Utilizando cartazes ou projetando slides, os membros de cada grupo deverão apresentar seu seminário entre 10 e 15 minutos, expondo o tema que pesquisaram, sendo a ordem de apresentação:

Grupo 1- o patrimônio do regime militar;

Grupo 2- a arqueologia forense;

Grupo 3- a história do Memorial da Resistência (SP) e sua pertinência como patrimônio do regime.

Ao final da apresentação de cada grupo, sugerem-se questões para o debate, que poderão ser discutidas ao final da terceira apresentação. Dessa forma, todos terão mais informações para poder argumentar. Cada aluno fará sua inscrição para poder falar e a professora atuará como mediadora do debate, regulando a ordem dos inscritos e o tempo para debate. Eventualmente, caso haja necessidade, a professora poderá intervir no debate com informações que julgar relevantes.

4
45
min

Produção escrita em grupo (alunos)

Primeiramente, descreverei como será planejada a visita técnica ao Memorial, para, em seguida, abordar a atividade do relatório que os alunos produzirão.

Após todo o estudo feito em casa e em sala de aula e a apresentação dos seminários, faremos uma visita ao Memorial da Resistência (SP). A visita não é meramente ilustrativa dos assuntos trabalhados em sala, mas é um dos pontos centrais dessa proposta de estudo, visto que espera-se que os alunos, por meio dela, possam ampliar seu conhecimento, analisar a exposição do assunto “repressão e resistência” no Memorial e ampliar sua perspectiva acerca da importância do patrimônio histórico, sobretudo de um patrimônio ligado ao regime civil-militar no Brasil e a uma memória traumática (de dor e desrespeito aos direitos do cidadão).

Iremos de ônibus e em horário previamente agendado com os responsáveis do Memorial. Os alunos receberão uma folha, que será um roteiro de reflexão, com questões produzidas pela professora para orientar a visita e o posterior relatório que será entregue.

O roteiro conterá questionamentos como:

a) Que informações o Memorial transmite ao visitante quanto à história do prédio, o uso que foi feito dele durante o regime civil-militar e quais dessas informações os alunos já conheciam por terem estudado ou aprendido no seminário dos colegas;

b) Como é a estrutura física do Memorial: suas salas e também onde está localizado em São Paulo; quais outros locais relevantes próximos a ele;

c) Como é a exposição museológica feita ao visitante do Memorial: quais recursos foram usados (computadores, maquetes, tabelas com linha do tempo, etc); como foram selecionadas as informações;

d) Como é a exposição das celas onde ficaram os presos políticos e quais as impressões (pessoais) do aluno diante da cela e de como ela é apresentada ao visitante.

Essas questões não serão, obrigatoriamente, respondidas durante a visita - para que não percam os detalhes na observação do espaço-, mas serão debatidas antes da viagem para direcionar o olhar dos alunos. Obviamente, quem julgar necessário fazer anotações de impressões e/ ou informações durante a visita, poderá fazê-lo.

O relatório em grupo (produção escrita dos alunos):

Após a visita ao Memorial da Resistência (SP), cada grupo deverá apresentar um relatório, respondendo às questões do roteiro de reflexão (usado na visita), ou analisando, de forma geral: a história do edifício, sua importância como monumento de memória (apesar de traumática) do regime e a exposição museográfica feita no Memorial para transmitir a “repressão e resistência” aos visitantes, englobando os principais aspectos dos debates feitos em sala. No final, os alunos que compõem cada grupo poderão deixar suas impressões sobre a experiência museológica no Memorial e a proposta de todo o estudo (de sua fase inicial, da apresentação dos seminários e debates e da visita técnica). Serão avaliados a produção escrita e as reflexões contidas no relatório.