3º Curso de Formação de Professores

História do índio na sala de aula

120
minutos

REPRESENTAÇÕES INDÍGENAS NA SALA DE AULA E NOS MANUAIS DIDÁTICOS: UMA ANÁLISE CRÍTICA

A aula abordará as representações indígenas a partir dos conhecimentos adquiridos pelos alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. A escolha por este período de estudos se fez, pois a história nele trabalhada preserva-se como modelo para a vida, onde os personagens históricos são tratados como bons exemplos. Esta identificação será contraposta com a historiografia.

Plano de aula construído por
Jefferson de Almeida Pinto (Juiz de Fora / MG)

Objetivos

Esta aula está inserida no contexto do Brasil Colonial, primeiros contatos (nas escolas de Minas Gerais, está inserida na 1ª série do Ensino Médio/Técnico). A ideia não é repetir o que já foi falado em outros momentos sobre o índio, sua vida [caça e pesca], sua pré-história etc. A ideia aqui é trabalhar um conceito.

- Coletar informações dos alunos sobre suas representações dos povos indígenas;

- Discutir como a história dos índios foi escrita no Brasil;

- Analisar algumas fontes sobre a história indígena;

- Discutir como os estudos históricos passaram a rever a escrita da história indígena, seus métodos e fontes;

- Pensar o que é um índio;

- Conceitualizar índio;

Requisitos

a) Pré-requisitos:

- Contexto histórico sobre o Brasil Colonial;

b) Materiais:

- Data-show com sonorização;livros didáticos para análise; eventualmente computador ou laboratório com acesso à internet.

c) Recursos didáticos:

- Exibição do documentário "Povos indígenas: conhecer para valorizar" do Museu do índio;

Avaliação

A aula em si já é o processo de avaliação, pois o que foi escrito pelos alunos será entregue para a leitura do professor. É um processo de avaliação, mas não queremos entrar numa discussão do que é certo ou errado. A ideia aqui é pensar porque o índio é muitas vezes representado de forma equivocada. Para tanto, um exercício metodológico também será feito, uma vez que os alunos levantarão hipóteses do porque desta representação indígena, qual seja, a de que índio é tudo igual; índio é atrasado e primitivo; índio parou no tempo; e de que índio é passado. De onde vêm estas concepções? A partir das hipóteses levantadas vamos partir para uma pesquisa de campo em sites e bibliotecas, quando não, podem ser utilizadas entrevistas, ou seja, será trabalhado também o método de pesquisa em história. O resultado disto deverá ser redigido e apresentado em aula subsequente. Essa apresentação e a participação nas discussões será a avaliação final do módulo

1
40
min

Vídeo/Música/Imagem

Iniciando a aula, após as primeiras abordagens, vamos pedir aos estudantes que escrevam numa folha o que eles entendem por "índio". Durante 5 A 10 minutos eles farão esta redação. Após esta escrita vamos passar o documentário do Museu do Índio (RJ): "Povos indígenas: conhecer para valorizar". Terminada a exposição do vídeo, faremos a seguinte pergunta: compare sua ideia inicial de "índio" com a discussão apresentada no documentário. Você mudaria sua concepção inicial?.

Arquivos e links
1.1
2
25
min

Pesquisa em sala de aula (livros, revistas)

Uma terceira pergunta também seria feita: Escolha um livro didático. Pode ser na área de História, Geografia, Literatura ou Artes. Na literatura, pode ser uma obra literária propriamente dita que envolva o índio como tema. Teríamos aqui o exemplo de O Guanari e/ou Iracema, ambos de José de Alencar ou ainda O Quarup de Antônio Callado. Temos várias dessas obras indicadas para as aulas de Literatura durante as séries finais da educação básica. Em suma, a partir deste livro escolhido, identifique e escreva como o índio foi representado e onde especificamente ele aparece como tema de aula. A escolha por estas disciplinas se faz tendo em vista que eles são indicadas na Lei 11645/2008 como responsáveis por discutir a história indígena na sala de aula. O professor levará livros para a sala de aula ou pode pedir aos alunos que os traga da biblioteca da escola.

3
25
min

Seminário individual (alunos)

Após esse primeiro contato, o professor irá recolher as impressões iniciais dos alunos sobre as questões feitas inicialmente. Essa atividade já foi por nós realizada e as ideias de um lugar comum sobre os índios foram em sua maioria expostas. Não há, necessariamente, necessidade de recolha e de leitura individual do professor. Dependendo do rendimento da aula podemos fazer na sequencia. Os próprios alunos podem ler suas respostas e colocar para a turma.

4
30
min

Leitura de texto em sala de aula

A partir desta análise inicial, a proposta é que questionamentos sejam feitos e que levem a pensar o porquê de a história do índio ser escrita deste modo. Neste sentido, é interessante discutir com os alunos o processo de escrita da história no Brasil e a partir daí pensar uma instituição que é pouco ou nada falada nas salas de aula e até mesmo desconhecida de muitos professores: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Fato é que a herança do IHGB na historiografia e, sobretudo, na concepção de história indígena nos livros didáticos ainda perdura até hoje. O objetivo desta atividade é fazer com que os estudantes conheçam o IHGB, sua história e sua função no século XIX, assim como identifiquem o IHGB hoje. A proposta é de uma atividade simples: identificar as principais características do IHGB por meio da leitura de dois textos: uma deles indicado no link da Revista de História da Biblioteca Nacional "Os inventores do Brasil" e outro presente no livro As Barbas do Imperador, capítulo 7 "Um monarca nos trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Academia Imperial de Belas Artes e o Colégio Pedro II". O professor irá selecionar três estudantes para apresentar o que foi lido. No caso do texto de Lilia Schwarcz outros dois grupos de três alunos poderão se responsabilizar por apresentar a parte referente a Academia Imperial de Belas Artes e o Colégio Pedro II em outro momento. É importante frisar que estas instituições, são ainda hoje, referências em suas áreas no Brasil. Estes textos maiores serão repassados com antecedência aos alunos para leitura. Com o apoio da internet os alunos poderão conhecer suas estruturas pelos respectivos sítios eletrônicos. É pertinente também propô-los a conhecer o IHGB. Para isto, não é necessário ir ao RJ, pois em muitas cidades existem as instituições congêneres ao IHGB ou pesquisadores/historiadores cujo perfil de pensar e escrever a história se assemelham aos dos membros do IHGB. Após este entendimento, é preciso pensar como a história do índio vem sendo escrita atualmente. Escolhemos, desse modo, trabalhar com a questão da escravidão indígena partindo do texto de Elisa Frühauf Garcia publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional. O objetivo aqui é discutir as razões da adoção da escravidão africana nos engenhos e mostrar também que o índio foi escravizado, fugindo, assim, a explicações recorrentes quando à superioridade da força do africano ou da indolência indígena ao trabalho compulsório. Após esta última fase, os alunos comentarão suas impressões anotando-as e repassando-as ao professor para a avaliação final do módulo. Em suma, o assunto é longo, mas pode ser gradativamente abordado em sala de aula, seja ao falar do Brasil colonial, ou em outras épocas como o século XIX e XX.

Mãos à obra!

Arquivos e links

Login alterado

O usuário logado na sessão atual foi alterado em outra aba ou janela. É necessário atualizar a página.

Login alterado

A equipe logada na sessão atual foi alterada em outra aba ou janela. É necessário atualizar a página.