3º Curso de Formação de Professores

Apresentar duas imagens aos alunos:

Imagem 1: Índios Umauá na antiga Província do Alto Amazonas, região do rio Solimões (fotomontagem), c. 1867. Província do Alto Amazonas (atual região do rio Solimões), Amazonas. (Acervo Instituto Moreira Salles - http://www.ims.com.br)

Imagem 2: Índios Apiaká, aldeia Mairowy, Terra Indígena Kaiabi, Apiacás, Mato Grosso. Foto: Giovana Acacia Tempesta, 2007

A primeira imagem retrata o indígena em trajes e acessórios tradicionais. Já a segunda imagem, traz uma família indígena com vestimentas ocidentais, sem qualquer referência explícita à sua cultura tradicional.

Após exposição das imagens no projetor, os alunos serão questionados sobre qual imagem retrata indígenas "verdadeiros".

A proposta é discutir sobre a maneira engessada e atemporal que ainda temos em relação ao indígena. O professor vai levantar a necessidade de rompermos com esse paradigma para podermos começar o nosso curso sobre História Indígena.

Essa é uma ativada rápida, de introdução ao tema, em que os alunos devem ser instigados a pensar de forma crítica todos os pontos a serem tratados nas próximas atividades.

Observação: O professor deverá orientar os alunos quanto ao uso de interpretação de imagens, para que a imagem em si não seja colocada como representação ipsis literis da realidade.

Exibição do filme "Índios no Brasil. Quem são eles?" (do site Vídeo nas Aldeias)

Após assistir o filme, o professor irá conduzir um debate sobre os temas que aparecem no vídeo, ou seja, como a sociedade brasileira se relaciona e entende o indígena. Essa atividade é uma continuação da atividade 1, complementando e afinando as questões sobre o papel do povo indígena na sociedade brasileira, a necessidade de conhecermos sua História e sua Cultura.

Debate com a sala sobre as questões levantadas com a exposição das imagens da atividade 1 e do vídeo da atividade 2. Os pontos a serem debatidos serão:

- a necessidade de rompermos com os paradigmas referentes à imagem do indígena brasileiro para que possamos conhecer esses povos, histórica e culturalmente, de forma mais ampla.

- a existência e a importância de uma lei que torna obrigatório o ensino de História Indígena nas escolas brasileiras

- a existência de uma grande diversidade étnica e cultural indígena no território brasileiro

- a importância do papel dos povos indígenas como agentes históricos

Orientação para realização de trabalho em grupo formado por 4 ou 5 alunos. O trabalho final consistirá em um livro ilustrado contando um mito indígena. Nas páginas finais do livro será indicada a etnia à qual pertence o mito contado, além de um texto contando sua localização, seus aspectos culturais, sua história e suas questões atuais. O texto deve vir acompanhado de uma imagem desse povo.

Etapas do trabalho:

1) Realização de sorteio, em sala, do mito e respectiva etnia entre os grupos formados. O mito será extraído do livro "Estórias e lendas indígenas", organizado por Herbert Baldus, exemplar presente na biblioteca da unidade escolar.

2) Orientação aos alunos para realização da pesquisa sobre as etnias: indicação do site do Instituto Socioambiental/Povos Indígenas do Brasil. (Além da pesquisa da etnia específica a ser trabalhada pelo grupo, o professor vai incentivar os alunos a navegarem livremente pelo site para observação das várias etnias existentes no Brasil, as questões de luta atuais, as legislações e mapas presentes no site, as imagens etc)

3) Orientações gerais para a realização do trabalho (formato, data de entrega da primeira versão, data de entrega da versão final)

Exibição do filme "Índios do Brasil 5: uma outra história", que faz parte do catálogo do projeto Vídeo nas Aldeias.

Existem várias versões da história do Brasil, e nesse vídeo os índios do Acre contam as suas dividindo a história de seu povo e em quatro períodos: o tempo das malocas, antes do contato com os brancos; o tempo das correrias, quando os índios foram caçados à bala para a ocupação dos seus territórios; o tempo do cativeiro, quando eles foram usados como mão de obra escrava no corte de seringa; e finalmente o tempo dos direitos, quando finalmente conquistaram o direito à terra e à sua cultura própria.

Debate sobre o vídeo da atividade anterior. O professor irá conduzir uma reflexão sobre os períodos históricos que foram divididos pelos próprios indígenas do Acre para contar a História de seus povos.

Fazendo um paralelo com conteúdos históricos da História do Brasil, o professor irá levantar a questão da participação dos indígenas nessa história, além de apontar que os tempos históricos divididos no vídeo ocorreram em momentos diferentes para as várias etnias existentes no Brasil. Se para muitas etnias do tronco linguistico tupi que viviam no litoral, o tempo da correria começou logo com a chegada dos portugueses no século XVI, algumas outras etnias só travaram esse contato no século XIX, como aconteceu na região do Acre, desmistificando a ideia da crônica da extinção, como sugeriu Jonh Monteiro.

A situação atual dos indígenas nas questões de luta pela terra e pela manutenção de suas culturas, também deverá ser discutido, levando em consideração a participação ativa dos próprios indígenas e a formação de seus movimentos sociais, corroborando com a ideia dos indígenas como atores políticos e históricos.

Como última atividade, os alunos irão apresentar o resultado de suas pesquisas e a produção de seus livros.

Em sala de aula, cada grupo apresentará aos outros alunos o seu livro pronto, contando de forma resumida o mito que trabalharam e compartilhando com os demais sobre o que aprenderam sobre a etnia à qual o mito pertence.

Os livros ficarão disponíveis a toda comunidade escolar em uma exposição na biblioteca.