3º Curso de Formação de Professores

Será abordado o tema da aula através de um breve contexto, pontuando nossos objetivos de se estudar o tema através das perguntas básicas no estudo da história:

Quando? Recorte Temporal, qual o período histórico estudado.

Onde? Recorte espacial, qual local do mundo estudaremos.

Quem? Agentes históricos, quais os personagens envolvidos.

Por que? Relevância científica, as motivações para se abordar este tema histórico e a importância da discussão no contexto atual.

Será lançada aos alunos a pergunta: Quando digo a palavra "nativo" ou "índio", qual a primeira imagem que vem a sua cabeça?

A proposta é a produção de desenhos desta primeira significação que possuem sobre os nativos.

Neste momento poderemos identificar quais as visões da turma quanto aos nativos, levando em consideração sua vivência e experiência e o quanto as permanências ou diferenças se destacam.

Debate sobre as representações dos nativos feitas pelos alunos. Promover, através dos desenhos produzidos, uma análise de como o olhar deles esta moldado por uma escrita da história repetitiva e pouco crítica, pois a grande maioria irá desenhar imagens como cocares, índios, nus, florestas e rios.

Realizar a correlação entre as produções dos alunos e as imagens apresentadas no livro didático, pontuando os períodos os quais as imagens foram feitas, entre séculos XVI e XIX , e o olhar do outro (europeus) sobre os nativos.

Projeção de imagens de desenhos de nativos feitos por europeus no século XVI.

Pontuar a visão eurocêntrica nas imagens e como isso se replica ainda nos desenhos deles, alunos, até os dias atuais.

Questioná-los do por que disso? Por que replicamos interpretações de séculos atrás? Por que ainda vemos os nativos com este olhar? Por que nos distanciamos das referências nativas?

Produzir assim uma reflexão sobre as respostas produzidas.

Abordar através de aula expositiva o processo de ocupação da atual América e do território ocupado pelo Brasil e desconstruir os estereótipos sobre os nativos ao longo de séculos de ocupação europeia, apontando suas várias formas de manifestações sociais, artísticas e ritualísticas, além da complexidade que os envolve na multiplicidade étnica existente, desfazendo que "índio" é uma coisa só. Pontuar sobre as várias ondas migratórias desde a pré-história, as teorias defendidas: migração de povos mongóis pelo estreito de Bering (11 mil anos atrás), a mais aceita, e pelo Oceano Pacífico e Oceano Atlântico, ainda em debate pela comunidade científica.

Apontar as pesquisas de Niédi Guidon no Piauí com vestígios com datação de 30 a 50 mil anos, as pesquisas em Minas Gerais onde foram encontrados fósseis como o crânio feminino nomeado de Luzia, com datação de 11680 anos atrás e com características negroides, dando margem as novas hipóteses de povoamento da América por ancestrais vindos diretamente da África, além de pesquisas realizadas na Fazenda Santa Elina no município de Jangada em MT, com datação de 25 mil anos atrás. Relacionar as descobertas ao contexto dos alunos, pois esta cidade fica a menos de 100 km da capital do estado, Cuiabá, local onde a aula esta sendo ministrada, demonstrando que a história e a memória esta por todos os lados, sendo necessário somente o interesse para conhecer e aprofundar nossos saberes.

Será projetada através de projetor multimídia imagens dos casos acima citados.

Abordar as características espaciais do Brasil, bioma e clima e relacionar o processo de adaptação dos povos, se utilizando dos recursos naturais para a sobrevivência. Pontuar sobre o nomadismo e a formação de grandes agrupamentos com diferenciação social e hierarquização conforme a função ou trabalho desenvolvido (Os Cacicados).

Abordar outras formas de organização dos nativos pré históricos como os Sambaquis no litoral sul (mais ou menos 8 mil anos atrás), seu habitat, alimentação e rituais, demonstrando imagens de artefatos dos povos concheiros. Projeção de mapa com localização geográfica e fotos relacionadas aos sambaquis.

Abordar os povos ceramistas na região amazônica (Aproximadamente há 4 mil anos), o início do processo de sedentarização através do plantio de milho, algodão, feijão, mandioca, interligando com os nativos dos Andes, que também praticavam a agricultura e tecendo possíveis relações entre esses povos. Localizar a ocupação as

margens do rio Amazonas e o desenvolvimento da cerâmica.

Pontuar os Marajoara, um dos povos da região, construíam suas habitações em cima de morros artificiais, às margens dos rios, possivelmente para evitar as inundações e seu grande destaque na arte ceramista.

Projeção de imagens de cerâmicas marajoaras.

Introduzir discussão sobre os costumes, celebrações e representações dos nativos, a prática da oralidade e como mantém sua cultura, apesar da falta da escrita.

Discutir a visão dos europeus sobre a falta da escrita e a comparação entre as sociedades aqui existentes com as europeias, nomeando os nativos como ainda na "infância social", usando como critério a obrigatoriedade de se passar por etapas de desenvolvimento social e econômico, considerando as civilizações aqui estabelecidas como ainda no tempo da pedra lascada.

Vídeo "Dança do Kuarup, índios celebram seus mortos." Reportagem de Fábio de Melo. Imagens de Luiz de Castro. Tempo: 2'45"

Propor a formação de grupos com até 4 componentes para a produção de uma lista de itens que consideram heranças nativas em nosso contexto social atual, podendo ser nome de ruas, bairros, cidades, comidas, literatura ou práticas culturais que conheçam. A atividade busca uma integração entre a história dos nativos e a dos alunos, provocando um despertar de quão próximos estamos e reduzindo o distanciamento em relação aos nativos e suas práticas.

Organização das cadeiras em círculo para a apresentação da produção escrita em grupo quanto a influência dos nativos na nossa vida atual.

Os grupos apresentarão suas listas, realizando um comparativo de o quanto possuímos de cultura dos nativos atualmente, porém na maior parte do tempo desconsideramos tal influência.

Deixar como tarefa aos alunos uma pesquisa sobre a situação atual dos nativos no Brasil,objetivando aos alunos um entendimento quanto ao impacto da colonização afetou a organização antes existente e como se perpetua até os dias atuais essa desestruturação. O texto produzido deverá abordar os seguintes tópicos: quantidade de nativos existentes nos dias atuais, línguas ou dialetos falados, ocupação territorial, situação quanto a demarcação de terras indígenas, entidades e órgãos que auxiliam a causa indigenista e situação social dos grupos nativos.

A atividade deverá ser manuscrita, em folha com pauta, uso de caneta azul ou preta, contendo cabeçalho com nome da Instituição, aluno, turma e data.

A entrega será feita na próxima aula.