3º Curso de Formação de Professores

História do índio na sala de aula

110
minutos

O ‘Bom Selvagem’ – A busca para expressar a identidade brasileira: Nação e Cultura

Durante o Segundo Reinado, buscou-se consolidar uma identidade para o Brasil. Instituiu-se que o indígena e o português eram os ancestrais legítimos do povo brasileiro. Ocorreram manifestações que procuravam expressar a identidade brasileira. Longe da corte, porém, a história era diferente. No século XIX, a população indígena continuava vítima de violência ao ser incorporada à sociedade nacional.

Plano de aula construído por
Patrícia Ribeiro de Castro (Itajubá / MG)

Objetivos

- Analisar o contexto histórico do Segundo Reinado no Brasil;

- Caracterizar a sociedade brasileira dos oitocentos;

- Identificar a contradição a respeito da questão indígena no Brasil durante o Segundo Reinado;

- Reconhecer o indígena como âmbito ideológico no período e vítima de violência e aculturação;

- Relacionar a importância do Romantismo e do Indianismo na busca do ‘específico brasileiro’ que deveria ser encontrado no indígena;

- Contrastar a imagem do nativo perante as obras literárias, telas e músicas e a realidade desse povo na época;

- Expressar a necessidade de se criar e afirmar uma identidade nacional no período.

Requisitos

A aula será realizada como parte de um projeto interdisciplinar de História, Literatura, Português, Arte e Geografia para a turma do 2º ano do Ensino Médio. Portanto, serão necessários trechos de textos e/ou poemas de autores indianistas. O nativo será analisado a partir das fotos da época, charges de Ângelo Agostini e cartilha de alfabetização criada pelo professor Pinheiro Aguiar.

Avaliação

A avaliação será feita a partir da observação dos resultados das atividades desenvolvidas com os textos, charges, poemas, fotos e cartilha, da proposta de mudança do atual quadro de exclusão do indígena na sociedade brasileira e da autoavaliação do aluno:

1- Observação dos resultados das atividades:

• O aluno analisou corretamente o contexto histórico do Brasil na época do Segundo Reinado?

• O aluno caracterizou corretamente a sociedade brasileira dos oitocentos?

• O aluno identificou corretamente a contradição a respeito da questão indígena no Brasil durante o Segundo Reinado?

• O aluno reconheceu o indígena como âmbito ideológico no período e vítima de violência e aculturação?

• O aluno relacionou a importância do Romantismo e do Indianismo na busca do ‘específico brasileiro’ que deveria ser encontrado no indígena?

• O aluno conseguiu contrastar a imagem do nativo perante as obras literárias, telas e músicas e a realidade desse povo na época?

• O aluno conseguiu expressar a necessidade de se criar e afirmar uma identidade nacional no período?

• O aluno elaborou corretamente conclusões gerais sobre o ‘Bom Selvagem’?

2- Proposta de intervenção:

Elaboração de proposta de mudança no atual quadro geral de exclusão do indígena no Brasil.

3- Autoavaliação:

Propor ao aluno uma autoavaliação, na qual serão analisados itens cognitivos e comportamentais, como:

Cognitivo: percepção da visão construída e da visão real do indígena, utilizando competências mentais como interpretação, análise, caracterização, identificação, relação, conclusão e avaliação.

Comportamental: avaliação da relação com o grupo, da sensibilização com a causa indígena, do empenho e participação nas atividades, da disciplina pessoal e da sugestão de proposta de mudança na atual situação de exclusão do indígena na sociedade brasileira.

1
15
min

Atividade oral envolvendo a classe (perguntas/respostas/debate)

Leia trechos de um dos poemas mais conhecidos da literatura nacional: “Canção do Exílio”. Ele foi escrito por Gonçalves Dias, importante poeta do Romantismo brasileiro, em 1843, em Coimbra (Portugal).

Canção do Exílio (Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;

Em cismar — sozinho, à noite —

Mais prazer encontro eu lá;

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem que ainda aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

DIAS, Gonçalves. Primeiro Cantos. Disponível em http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/primeiroscantos.pdf

Agora, leia o poema de Carlos Drummond de Andrade releitura “Nova Canção do Exílio” em 1945

Um sabiá

na palmeira, longe.

Estas aves cantam

um outro canto.

O céu cintila

sobre flores úmidas.

Vozes na mata,

e o maior amor.

Só, na noite,

seria feliz:

um sabiá,

na palmeira, longe.

Onde é tudo belo

e fantástico,

só, na noite,

seria feliz.

(Um sabiá,

na palmeira, longe.)

Ainda um grito de vida e

voltar

para onde é tudo belo

e fantástico:

a palmeira, o sabiá,

o longe.

ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. Disponível em: http://cleitoncabralblog.blogspot.com.br/2015/02/nova-cancao-do-exilio-carlos-drummond.html

Que imagem do Brasil está presente nesse poema de Gonçalves Dias? E no poema de Drummmond?

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2
15
min

Exposição Oral por parte do professor

Leia o trecho abaixo retirado da obra ‘O Guarani’ de José de Alencar, publicado originalmente em 1857.

“A sua inteligência sem cultura, mas brilhante como o sol de nossa terra, vigorosa como a vegetação desse solo, guiava-o nesse raciocínio com a lógica e uma prudência, dignas do homem civilizado; previa todas as hipóteses, combinava todas as probabilidades, prepara-se para realizar o seu plano com a certeza e a energia de ação que ninguém possuía em grau tão elevado”.

ALENCAR, José de. O Guarani. São Paulo: Clube do Livro, 1943, p.117-18;

Observe Iracema, detalhe da pintura de 1881, de José Maria de Medeiros.

MEDEIROS, José Maria de – Iracema, 1884 óleo s/tela – 167,5 x 250,2 cm Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes

http://not1.xpg.uol.com.br/wp-content/uploads/2016/04/IRACEMA.jpg

Analisando a obra de José Maria de Medeiros e o trecho do romance de José de Alencar, como são caracterizados os indígenas dos primeiros tempos da colonização?

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3
20
min

Vídeo/Música/Imagem

Analise as imagens:

Imagem 1

Alegoria do Império Brasileiro, escultura em terracota de Francisco Chaves Pinheiro, professor da Imperial Academia de Belas Artes. A obra é de 1872.

Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

PINHEIRO, Francisco Chaves. Alegoria do Império Brasileiro. Disponível em http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000515003013.jpg

Imagem 2

Charge de Angelo Agostini

Revista Ilustrada, 1880

BALABAN, Marcelo. Poeta do Lápis – Sátira e Política na Trajetória de Angelo Agostini no Brasil Imperial(1864-1888), pág. 414.

Imagem 3

Cartilha para alfabetização criada por Pinheiro Aguiar, professor da escola primária no Rio de Janeiro, em 1877. O método associava imagens, considerados pelos românticos a matriz da nossa nacionalidade, com textos que incentivavam o amor e o respeito ao país.

Revista Nossa História, São Paulo: Vera Cruz, Ano 2, N.14, P 80, Dez. 2004.

Responda:

Existe um elemento comum em todas as imagens?

Como esse elemento é representado?

Que função ele desempenha em cada imagem?

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4
15
min

Produção escrita em grupo (alunos)

Os momentos iniciais do processo de colonização foram recuperados e transformados em romances, poesias e quadros. Entretanto, nesse período a população indígena continuava vítima de violência ao ser incorporada à sociedade. Exemplo dos Xavante e Xerente no estado de Goiás, a mando das autoridades, padres catequizavam os nativos para se tornarem mão de obra para a lavoura e mineração. “Na aldeia Teresa Cristina havia 3800 Xavante e Xerente em 1851. No final do século, restavam algumas centenas de Xerente; todos os Xavantes estavam extintos”. Os índios da foto foram levados para Paris, em 1844, para serem estudados nas instituições que se dedicavam a análise e comparação de grupos étnicos. Observe as imagens e realize a atividade abaixo.

Imagine que você é um jornalista do século XIX elabore um texto pequeno sobre o contraste entre a política e trabalho e a ideia romântica do período.

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5
45
min

Atividade a ser realizada em casa pelos alunos (lição de casa)

Assista o Documentário ‘O Povo Brasileiro’ – Darcy Ribeiro

Matriz Tupi 1

https://www.youtube.com/watch?v=pwQyYRGUS4c&index=1&list=PL54ABF9351F6BCB6A

Matriz Tupi 2

https://www.youtube.com/watch?v=aIx_9J4Jv5U&list=PL54ABF9351F6BCB6A&index=2

Matriz Tupi 3

https://www.youtube.com/watch?v=3XnLT06VYbA&list=PL54ABF9351F6BCB6A&index=3

RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras – 1995.

Depois de analisar os vídeos, reflita e responda. Tarefa para debate em sala de aula.

Uma identidade não definida permite que um país se invente.

Mas que país nós fomos capazes de inventar?

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5.1
5.2
5.3

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