- Analisar o contexto histórico do Segundo Reinado no Brasil;
- Caracterizar a sociedade brasileira dos oitocentos;
- Identificar a contradição a respeito da questão indígena no Brasil durante o Segundo Reinado;
- Reconhecer o indígena como âmbito ideológico no período e vítima de violência e aculturação;
- Relacionar a importância do Romantismo e do Indianismo na busca do ‘específico brasileiro’ que deveria ser encontrado no indígena;
- Contrastar a imagem do nativo perante as obras literárias, telas e músicas e a realidade desse povo na época;
- Expressar a necessidade de se criar e afirmar uma identidade nacional no período.
A aula será realizada como parte de um projeto interdisciplinar de História, Literatura, Português, Arte e Geografia para a turma do 2º ano do Ensino Médio. Portanto, serão necessários trechos de textos e/ou poemas de autores indianistas. O nativo será analisado a partir das fotos da época, charges de Ângelo Agostini e cartilha de alfabetização criada pelo professor Pinheiro Aguiar.
A avaliação será feita a partir da observação dos resultados das atividades desenvolvidas com os textos, charges, poemas, fotos e cartilha, da proposta de mudança do atual quadro de exclusão do indígena na sociedade brasileira e da autoavaliação do aluno:
1- Observação dos resultados das atividades:
• O aluno analisou corretamente o contexto histórico do Brasil na época do Segundo Reinado?
• O aluno caracterizou corretamente a sociedade brasileira dos oitocentos?
• O aluno identificou corretamente a contradição a respeito da questão indígena no Brasil durante o Segundo Reinado?
• O aluno reconheceu o indígena como âmbito ideológico no período e vítima de violência e aculturação?
• O aluno relacionou a importância do Romantismo e do Indianismo na busca do ‘específico brasileiro’ que deveria ser encontrado no indígena?
• O aluno conseguiu contrastar a imagem do nativo perante as obras literárias, telas e músicas e a realidade desse povo na época?
• O aluno conseguiu expressar a necessidade de se criar e afirmar uma identidade nacional no período?
• O aluno elaborou corretamente conclusões gerais sobre o ‘Bom Selvagem’?
2- Proposta de intervenção:
Elaboração de proposta de mudança no atual quadro geral de exclusão do indígena no Brasil.
3- Autoavaliação:
Propor ao aluno uma autoavaliação, na qual serão analisados itens cognitivos e comportamentais, como:
Cognitivo: percepção da visão construída e da visão real do indígena, utilizando competências mentais como interpretação, análise, caracterização, identificação, relação, conclusão e avaliação.
Comportamental: avaliação da relação com o grupo, da sensibilização com a causa indígena, do empenho e participação nas atividades, da disciplina pessoal e da sugestão de proposta de mudança na atual situação de exclusão do indígena na sociedade brasileira.
Leia trechos de um dos poemas mais conhecidos da literatura nacional: “Canção do Exílio”. Ele foi escrito por Gonçalves Dias, importante poeta do Romantismo brasileiro, em 1843, em Coimbra (Portugal).
Canção do Exílio (Gonçalves Dias)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. Primeiro Cantos. Disponível em http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/livros_eletronicos/primeiroscantos.pdf
Agora, leia o poema de Carlos Drummond de Andrade releitura “Nova Canção do Exílio” em 1945
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. Disponível em: http://cleitoncabralblog.blogspot.com.br/2015/02/nova-cancao-do-exilio-carlos-drummond.html
Que imagem do Brasil está presente nesse poema de Gonçalves Dias? E no poema de Drummmond?
Leia o trecho abaixo retirado da obra ‘O Guarani’ de José de Alencar, publicado originalmente em 1857.
“A sua inteligência sem cultura, mas brilhante como o sol de nossa terra, vigorosa como a vegetação desse solo, guiava-o nesse raciocínio com a lógica e uma prudência, dignas do homem civilizado; previa todas as hipóteses, combinava todas as probabilidades, prepara-se para realizar o seu plano com a certeza e a energia de ação que ninguém possuía em grau tão elevado”.
ALENCAR, José de. O Guarani. São Paulo: Clube do Livro, 1943, p.117-18;
Observe Iracema, detalhe da pintura de 1881, de José Maria de Medeiros.
MEDEIROS, José Maria de – Iracema, 1884 óleo s/tela – 167,5 x 250,2 cm Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes
http://not1.xpg.uol.com.br/wp-content/uploads/2016/04/IRACEMA.jpg
Analisando a obra de José Maria de Medeiros e o trecho do romance de José de Alencar, como são caracterizados os indígenas dos primeiros tempos da colonização?
Analise as imagens:
Imagem 1
Alegoria do Império Brasileiro, escultura em terracota de Francisco Chaves Pinheiro, professor da Imperial Academia de Belas Artes. A obra é de 1872.
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.
PINHEIRO, Francisco Chaves. Alegoria do Império Brasileiro. Disponível em http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000515003013.jpg
Imagem 2
Charge de Angelo Agostini
Revista Ilustrada, 1880
BALABAN, Marcelo. Poeta do Lápis – Sátira e Política na Trajetória de Angelo Agostini no Brasil Imperial(1864-1888), pág. 414.
Imagem 3
Cartilha para alfabetização criada por Pinheiro Aguiar, professor da escola primária no Rio de Janeiro, em 1877. O método associava imagens, considerados pelos românticos a matriz da nossa nacionalidade, com textos que incentivavam o amor e o respeito ao país.
Revista Nossa História, São Paulo: Vera Cruz, Ano 2, N.14, P 80, Dez. 2004.
Responda:
Existe um elemento comum em todas as imagens?
Como esse elemento é representado?
Que função ele desempenha em cada imagem?
Os momentos iniciais do processo de colonização foram recuperados e transformados em romances, poesias e quadros. Entretanto, nesse período a população indígena continuava vítima de violência ao ser incorporada à sociedade. Exemplo dos Xavante e Xerente no estado de Goiás, a mando das autoridades, padres catequizavam os nativos para se tornarem mão de obra para a lavoura e mineração. “Na aldeia Teresa Cristina havia 3800 Xavante e Xerente em 1851. No final do século, restavam algumas centenas de Xerente; todos os Xavantes estavam extintos”. Os índios da foto foram levados para Paris, em 1844, para serem estudados nas instituições que se dedicavam a análise e comparação de grupos étnicos. Observe as imagens e realize a atividade abaixo.
Imagine que você é um jornalista do século XIX elabore um texto pequeno sobre o contraste entre a política e trabalho e a ideia romântica do período.
Assista o Documentário ‘O Povo Brasileiro’ – Darcy Ribeiro
Matriz Tupi 1
https://www.youtube.com/watch?v=pwQyYRGUS4c&index=1&list=PL54ABF9351F6BCB6A
Matriz Tupi 2
https://www.youtube.com/watch?v=aIx_9J4Jv5U&list=PL54ABF9351F6BCB6A&index=2
Matriz Tupi 3
https://www.youtube.com/watch?v=3XnLT06VYbA&list=PL54ABF9351F6BCB6A&index=3
RIBEIRO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras – 1995.
Depois de analisar os vídeos, reflita e responda. Tarefa para debate em sala de aula.
Uma identidade não definida permite que um país se invente.
Mas que país nós fomos capazes de inventar?