- Discutir os discursos do "desaparecimento" dos índios nos sertões do Rio Grande do Norte, com foco na atual região do Seridó, contidos nos livros de história regional
- Demonstrar a presença indígena nessa região após a "Guerra dos Bárbaros", contrariando a tendência dos livros acima referidos
Livros (listados na bibliografia); Cópias de transcrições de registros paroquiais da Freguesia do Seridó contendo assentos de índios (batizados, casamentos e óbitos); Papel sulfite; Lápis grafite; Giz de cera; Lápis de cor; Fita adesiva; Projetor multimídia
A avaliação será feita através dos seguintes instrumentos:
a) Produção textual: texto escrito, de até uma lauda, livre, onde o aluno possa discorrer sobre a presença dos índios nos sertões do Rio Grande do Norte, tendo em vista o seu contato com documentos históricos
b) Produção visual: releitura das imagens de Albert Eckhout mostrando como eram, fisicamente, os índios Tarairiu, que habitavam os sertões do Rio Grande do Norte
c) Mural: exposição dos trabalhos
Inicialmente, o professor fará as seguintes perguntas, em tom de "disparador" das atividades:
- O que vocês sabem sobre os índios do Seridó?
- Onde estão os índios?
- O que deixaram para nós?
Os alunos deverão registrar, em papeletes entregues previamente, as suas opiniões, que serão recolhidas em sacola.
Após, o professor selecionará, aleatoriamente, de cinco a dez alunos para exporem as suas opiniões sobre a temática.
Sem tomar partido nas falas dos alunos, do momento inicial, o professor exibirá, com o auxílio de projetor multimídia, imagens dos índios Tarairiu que foram pintadas pelo holandês Albert Eckhout, no século XVII (ver link).
Após exibir todas as imagens, usando de bibliografia inerente ao tema (ver Bibliografia no link), o professor fará uma exposição sobre a presença dos holandeses na América e a produção de registros visuais sobre os nativos que habitavam os sertões do que hoje é o Nordeste. Tratará, também, a partir da citada bibliografia, de como esses registros são coerentes com os textos deixados pelos cronistas holandeses, isto é, representam praticamente os registros mais próximos da realidade que dispomos sobre os Tarairiu.
O professor, em seguida, entregará papel sulfite, lápis grafite, giz de cera e lápis de cor, pedindo aos alunos que reproduzam, a partir das imagens de Albert Eckhout (que ficarão sendo reproduzidas, em contínuo, com o projetor multimídia), os desenhos que mostram os Tarairiu. A produção é livre, devendo ser feita a partir das concepções de cada um dos alunos.
Ao final, o professor recolherá os desenhos feitos pelos alunos para exibição no mural.
Com base no livro "Populações indígenas no sertão do Rio Grande do Norte: história e mestiçagens", de autoria de Helder Macedo, e de "Índios no Açu e Seridó", de Olavo de Medeiros Filho, o professor fará uma exposição demonstrando que, mesmo após os conflitos da "Guerra dos Bárbaros", os índios remanescentes continuaram morando no sertão.
Trabalhará, com os alunos, o discurso do "desaparecimento" (tomando como base as ideias de Sylvia Porto Alegre), que foram construídas, no século XIX, para justificar a expropriação das terras indígenas - argumento que favoreceu a pouca menção aos índios em livros de história regional, como aqueles de autoria de José Augusto Bezerra de Medeiros e Eymard Monteiro.
Após a exposição, o professor entregará transcrições de registros de batizados, casamentos e óbitos de índios, dos séculos XVIII e XIX, referentes à Freguesia do Seridó, situada no sertão do Rio Grande do Norte, para que os alunos façam a leitura.
O professor mostrará os originais no projetor multimídia, justificando que os alunos estão tendo acesso à transcrição em função da grafia dos registros ser de leitura bastante dificultosa.
Feita a leitura dos documentos históricos mostrando a presença indígena no Seridó, sertão do Rio Grande do Norte, os alunos deverão escolher um dos indígenas (homem ou mulher) contidos nos registros e escrever um pequeno texto sobre a sua vida: onde foi batizado ou onde casou ou onde faleceu e foi enterrado, no estilo de uma pequena "biografia" desses sujeitos.
Ao final, os alunos construirão um mural, na sala de aula, com os desenhos produzidos e, em grupos (formados a partir das afinidades) apresentarão as pequenas biografias dos indígenas formadas a partir da leitura dos registros paroquiais.
O professor abrirá a sacola contendo os papeletes e fará a leitura, um por um, comparando o que os alunos pensavam sobre os índios do Seridó, no início, e a nova opinião, propiciada pelo contato com fontes de época (visuais e manuscritas).