Numa entrevista para Ana de Oliveira no site Tropicália, o poeta e compositor José Carlos Capinan afirmou, sobre a canção “Soy loco por ti, América”, composta em 1967, em parceria com Gilberto Gil:
"A minha intenção era registrar a emoção pela morte de Che Guevara. Não quis dizer que eu era latino-americano, embora me sentisse assim. Sentia Cuba desde a revolução de Fidel Castro. (...)"
Soy loco por ti, América, yo voy traer una mujer playera Que su nombre sea Marti, que su nombre sea Marti Soy loco por ti de amores tenga como colores la espuma blanca de Latinoamérica Y el cielo como bandera, y el cielo como bandera Soy loco por ti, América, soy loco por ti de amores (...)
Escolha uma das alternativas:
Alternativas
Comentário
Em 1967, não existia ainda a Censura Prévia, instituída em 1972, mas havia sim a censura do regime contra qualquer manifestação que pudesse representar um perigo às leis e bons costumes, com especial atenção às manifestações de protesto ligadas ao socialismo ou ao comunismo. A idéia na canção de um amanhã revolucionário se inicia com o CPC (Centro Popular de Cultura), ainda no início dos anos de 1960, aparecendo em muitas canções desta década e da seguinte. Entre os anos 1950 e 70 a América do Sul foi tomada por ditaduras militares de direita: Brasil (1964), Chile (1973), Argentina (1976), Paraguay (1954), Peru (1968) e Uruguay (1973), entre outros. Sobre a autoria, Torquato Neto foi quem levou a canção para Caetano Veloso gravar. Por engano, o cantor entendeu que Torquato era um dos autores, saindo assim publicado na primeira edição do LP. Por conta deste erro, até hoje muitas publicações afirmam que o poeta é co-autor da canção.