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"O governo Éfe Agá acabou com a Era Vargas, na sua própria avaliação. Se a Era Vargas já foi tarde ou se jogaram fora uma ideia aproveitável de soberania junto com ela, (...)"
Alternativas
Comentário
A crônica de Luís Fernando Veríssimo, publicada no jornal O Estado de São Paulo em 30 de janeiro de 2002, relata o final do período presidencial de Fernando Henrique Cardoso [FHC] e o contexto de incertezas e possibilidades que a eleição presidencial daquele ano trazia para o cenário político nacional ao confrontar as propostas dos dois principais candidatos à época: Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra. No texto, o autor recupera a noção de “Era”, utilizada por alguns historiadores, para designar um período que esteve sob a hegemonia de um determinado líder político ou grupo dirigente, tal como “Era Vargas”; “Era FHC” etc. Entretanto, ao se utilizar o termo “Era Bragança” para designar um determinado período da história política brasileira, que atravessaria o Brasil Império e chegaria até o Estado Republicano democrático pós-ditadura, o autor rompe com as divisões históricas tradicionais, de modo a estabelecer certa crítica em relação à elite dirigente que ao longo de duzentos anos governou o país. Em outras palavras, o autor evidenciava um marco histórico com a possível eleição de um “Silva” em 2002, já que pela primeira vez o representante máximo do Brasil não seria um membro da elite intelectual e política. Por fim, não se pode afirmar que o autor, ao especular sobre uma possível vitória de um “Silva” sobre um “Bragança”, esteja fazendo alusão a um contexto de crise política, uma vez que as eleições de 2002 atuavam como a consolidação do regime democrático no Brasil surgido após a Ditadura Militar e institucionalizado com a Constituição de 1988. Nas eleições de outubro de 2002 Luís Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil.