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27ª questão

O documento a seguir foi retirado de um jornal capixaba chamado O Correio de Victoria. A notícia, datada do ano de 1849, faz referência a um dos acontecimentos que integraram a Insurreição de Queimado – considerada a maior revolta de escravos do Espírito Santo. A obra Insurreição de Queimado: Episódio da história da província do Espírito Santo (1884), de autoria de Afonso Claúdio, é considerada a principal referência sobre o levante. As principais fontes utilizadas pelo autor foram: correspondências, discursos orais e alguns números do O Correio de Victoria. Segundo Adriana Pereira Campos, professora de História da UFES, “[essa limitação fez com que] muitas lacunas factuais fossem ocupadas por versões pessoais.”.
A igreja citada no documento possuía como pároco o frade capuchinho Gregório Maria, conhecido em grande parte por suas ideias contrárias à escravidão.

"No dia 19 do corrente [mês] um grupo de escravos armados invadiu a igreja da povoação do Queimado na ocasião em que se celebrava o Santo Ofício da Missa, e em gritos proclamavam a sua liberdade, e alforria (...)"

O Correio de Victoria, 1849Notícia de jornal

Sobre a Insurreição de Queimados e com base no documento, escolha uma das alternativas:

 

Alternativas

A. A pouca adesão de escravos da região de Queimado à insurreição, bem como a traição (abandono) do líder Frei Gregório foram responsáveis pela breve duração do movimento.
B. O jornal reforça algumas características do Código Criminal de 1830, que qualificava a insurreição de escravos como delito; as penas aplicadas poderiam variar do açoite à morte.
C. O jornal caracteriza os negros revoltosos na categoria de criminosos, além de exaltar as iniciativas do governo, responsáveis por reprimir a insurreição e reestabelecer a “tranquilidade” em São José do Queimado.
D. O pároco da igreja mencionada pelo documento, Frei Gregório - conhecido por sua aversão ao sistema escravocrata -, teria incentivado os escravos a reivindicarem cartas de alforria aos seus respectivos senhores.



 

Comentário

A Revolta de Queimado ocorreu em março de 1849, em São José do Queimado, na então Província do Espírito Santo. Animados e incentivados pelo frade capuchinho Gregório Maria – conhecido por suas ideias avessas à escravidão -, os cativos de Queimado teriam organizado um movimento pela sua liberdade. No episódio da igreja, mencionado pelo documento, alguns negros, acreditando na mediação do frade, teriam interrompido a celebração da missa, a fim de solicitar assinaturas de cartas de alforria aos seus respectivos senhores. Na ocasião, Gregório teria se retirado, de modo a frustrar os ideais dos manifestantes.

Assim que tomou conhecimento do ocorrido, o presidente da Província organizou esforços militares para sufocar o movimento, penalizando os envolvidos. Cabe lembrar que, naquele período, a insurreição organizada por cativos se configurava como crime – segundo estipulado pelo Código Criminal de 1830. A partir disso, muitos escravos foram açoitados e os principais organizadores foram julgados à pena de morte (forca). Segundo jornais do período, o movimento teria durado apenas dois dias. Apesar disso, a insurreição contou com a adesão de dezenas de escravos locais e de lugarejos vizinhos, como Serra.