“As pêssankas são uma forma de artesanato de origem ucraniana, trazida pelos respectivos imigrantes para o Brasil. (…) A palavra ‘pêssanka’ é derivada do ucraniano ‘pessaty’, ou ‘pyssaty’ que significa escrever (…). [O] costume de pintar ovos remonta à era pré-cristã (…) pela ocasião da chegada da primavera (…). Com a propagação do cristianismo difundiu-se a crença de que o ovo representa a presença de forças divinas especiais, o Espírito Santo e os dons divinos. Então, deu-se ao ovo um sentido relacionado com a vida e a morte, e [surgiram] práticas relacionadas a essa crença. [P]or exemplo, antes da Páscoa, colocavam-se um montículo de trigo na mesa e ao redor tantos ovos quantos falecidos tinha a família (…). Há uma variedade de símbolos usados, alguns comuns em toda a Ucrânia e outros típicos a regiões específicas. A forma de fazer a pêssanka é minuciosa, e (…) cada traço, figura e cor das pêssankas tem um significado especial (…) flores e rosas simbolizam amor, caridade, boa vontade e delicadeza. Símbolos geométricos, os triângulos significam ar, fogo, água, céu, terra e inferno. Os pontos e gotas significam as lágrimas da mãe de Deus e as faixas desenhadas em torno do ovo simbolizam vida eterna. Os animais como pombos, galinha e galo simbolizam a fertilidade, o peixe relembra o cristianismo, o cavalo e o cervo simbolizam riqueza e saúde. Quanto às cores (…) o preto simboliza o absoluto, constante ou eterno, o branco representa o nascimento e a inocência, o amarelo representa a luz e a sabedoria, o alaranjado representa resistência e ambição digna, o verde representa fertilidade, frescor e esperança, o vermelho representa ação, alegria e paixão, o marrom a mãe terra, o azul o céu, a vida e a verdade, e o roxo a fé, paciência e confiança”.
Sobre este documento
Jessica Mustefaga de Toledo. Possibilidades que o patrimônio étnico ucraniano oferece para a atividade turística no município de Prudentópolis-PR Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título de Bacharel em Turismo na Universidade Estadual do Centro-Oeste – Irati, Paraná: Unicentro. 2014, p 66.
Jessica Mustefaga de Toledo