100
minutos

TEMA DA AULA: ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL

Esta aula é baseada no curso de história e cultura afro brasileira, com o professor Paulo de Mello na UNILAB discutirá a condição do escravo no Brasil colonial, as formas de exploração do trabalho escravo através da leitura interpretação de imagens e textos, com obras da iconografia e biografia do pintor Rugendas. Discutindo ainda a permanência do preconceito étnico racial e trabalho manual.

Plano de aula construído por
Maria do Socorro Mendes de Vasconcelos (Redenção / CE)

Objetivos

- Entender qual era a condição dos escravos no Brasil colonial.

- Compreender as diferentes formas de exploração do trabalho escravo no Brasil colonial.

- Compreender como era o cotidiano dos escravos no Brasil colonial.

- Ler e interpretar imagens e textos de época como documentos históricos.

- Conhecer parte da iconografia e da biografia do pintor Rugendas.

- Refletir sobre a permanência de preconceitos na sociedade brasileira em relação ao trabalho manual, e o preconceito étnico-racial.

Requisitos

- Relação de comidas para primeira atividade;

- Imagens coloridas reproduzidas em papel oficio;

- Data show para ampliação de imagens e textos;

- Quadro branco/pincel para anotações das discussões

- Cartolina/pincel atômico/lápis de cor/giz cera

Avaliação

A Avaliação será através da produção de texto coletivo sobre o tema a partir das discussões e construção da aprendizagem durante a aula e ainda com a exposição oral dos textos produzidos.

Resultados esperados:

- Entendimento sobre aspectos relacionados ao tema da escravidão tais como: as condições de chegada dos escravos, os diferentes trabalhos exercidos no meio rural e urbano, as relações entre senhores e escravos, os meios de resistência e lutas, as diferentes condições do negro na sociedade colonial e imperial.

- Compreensão sobre a localização temporal e espacial dos acontecimentos, sobre a duração da escravidão no Brasil.

- Desenvolvimento da capacidade de leitura, compreensão, interpretação de imagens e textos a partir das informações internas e externas sobre o contexto e a autoria das obras, como documentos históricos que trazem representações da realidade segundo a visão de mundo de seus autores.

- Interatividade com o grupo, criatividade, criticidade, capacidade de apropriação dos conteúdos na apresentação das cenas e na produção do texto coletivo.

1
15
min

Exposição Oral por parte do professor

Primeiro momento: dispor a turma de alunos em círculo para apresentação do tema da aula . Entregar a cada 5 alunos a relação com o nome de pratos ou doces (comida típica) cada grupo deve dizer seu nome dos pratos, se já experimentou esse prato, se gostou, de onde acha que esse prato veio (que povo representa), e como esse prato chegou ao Brasil. Serão apresentados os seguintes pratos: Frango xadrez, macarronada, caldo verde, feijoada, bacalhoada, paella, quindim, chucrute, lasanha, quibe, sashimi, acarajé, angu, ravióli, salsicha, vatapá, pamonha, yakissoba, canelone. O professor vai anotando na lousa à medida que os alunos forem falando os pratos e suas origens.

Questionar: desses povos mencionados quais deles vieram para o Brasil? Os alunos devem ser estimulados a entender que nem todos os povos vieram, ou seja, migraram para o Brasil, pois os povos africanos foram trazidos a força para cá como escravos. Deve então questionar se os alunos sabem como os escravos eram trazidos para cá. Pode então mostrar a imagem de Rugendas sobre o porão de um navio negreiro.

2
25
min

Vídeo/Música/Imagem

Segundo momento: mostrar a imagem de Rugendas sobre o porão de um navio negreiro.

Os alunos devem ser estimulados a observarem a cena através de questões como:

- Que título vocês dariam a essa cena?

- O que ela retrata?

- Quem são as pessoas? O que estão fazendo? Como estão vestidas?

- Onde essa cena se passa?

- Quando (em que época) ela teria ocorrido?

- Qual é o principal motivo da cena?

- Que sentimentos ela nos provoca?

- Vocês sabem quem foi o autor?

Enquanto questiona o professor deve anotar as respostas do aluno na lousa.

Terceiro momento: Após a discussão com a turma será apresentado o seguinte texto:

Nègres a Fond de Calle (Negros no Porão de Navio) – “Embarcam-se, anualmente, cerca de 120 000 negros na costa da África, unicamente para o Brasil, e é raro chegarem ao destino mais de 80 a 90 mil. Perde-se, portanto, cerca de um terço durante a travessia de dois meses e meio a três meses… Ao chegarem à fazenda, confia-se o escravo aos cuidados de um ou outro mais velho e já batizado. Este o recebe na sua cabana e procura fazê-lo, pouco a pouco, participar de suas ocupações domésticas; ensina-lhe também algumas palavras em português. E somente quando o novo escravo se acha completamente refeito das conseqüências da travessia que se começa a fazê-lo tomar parte nos trabalhos agrícolas…”

Na leitura será chamada a atenção para os seguintes aspectos:

- O número de pessoas trazidas da África,

- O elevado índice de mortalidade durante a travessia.

- O destino dessas pessoas: a escravidão em trabalhos agrícolas.

- A recepção do escravo na fazenda.

3
20
min

Vídeo/Música/Imagem

Quarto momento: apresentação da imagem e texto repetindo o exercício de leitura da imagem e do texto.

Habitações de Negros – “Enviam-se os escravos logo ao nascer do sol… Às oito horas concede-se-lhes meia hora para almoçar e descansar. Em algumas fazendas fazem os escravos almoçarem antes de partirem para o trabalho, isto é, imediatamente depois do nascer do sol. Ao meio dia eles têm duas horas para o jantar e o repouso e, em seguida, trabalham até as seis horas. As mulheres casam-se com catorze anos, os homens, com dezessete e dezoito; em geral incentivam-se esses casamentos. As jovens mulheres participam do trabalho do campo e aos recém-casados se dá um pedaço de terra para construir sua cabana e plantar, por conta própria, em certos dias… Nos domingos, ou dias de festa, tão numerosos que absorvem mais de cem dias por anos, os escravos são dispensados do trabalho por seus senhores e podem descansar ou trabalhar para si próprios… Assim, um dos mandamentos da Igreja Católica, tão amiúde censurado como abusivo e pernicioso, tornou-se um verdadeiro benefício para os escravos, e quando o Governo português achou que devia atender às necessidades do progresso, tomando medidas para diminuir o número de festas, a inovação não alcançou a aprovação dos homens mais esclarecidos do Brasil. Diziam estes, com razão, que o que podia ser benefício para Portugal não passava de crueldade para com os escravos. Que responder a isso, senão que essa contradição já constitui uma prova do absurdo de todo o sistema? Como quer que seja, as cabanas dos escravos contêm mais ou menos tudo que neste clima pode ser considerado necessário. Por outro lado, eles possuem galinhas, porcos, às vezes mesmo um cavalo ou uma besta, que alugam com vantagem porque a alimentação nada lhes custa.”

4
15
min

Atividade oral envolvendo a classe (perguntas/respostas/debate)

Quinto momento: retorna a duas perguntas ainda não respondidas: quem foi ao autor e em que época ele desenhou/pintou a cena e escreveu os textos.

O desenhista Johann Moritz Rugendas (1802-1858), nascido em Augsburg, chegou bem jovem ao Brasil, em 1921, vindo como membro da expedição do Barão de Langsdorff, cientista e diplomata russo. No Brasil, Rugendas logo deixou a expedição e passou a viajar por sua própria conta, percorrendo de 1822 a 1825 várias partes do país, dedicando-se a retratar os mais variados aspectos da vida da nação que se formava depois da independência em relação a Portugal. Rugendas registra justamente o momento de transição entre o Brasil colônia e o Brasil nação independente.

Os registros de Rugendas do cotidiano brasileiro, formaram uma coletânea de cem trabalhos publicada em Paris, em 1835, sob o título de “Voyage Pittoresque au Brésil” (Viagem Pitoresca ao Brasil).

É da obra “Voyage Pittoresque au Brésil”, que se extraiu os textos que ilustram as imagens aqui apresentadas, escritos por Koster, citados por Rugendas.

Na discussão do texto com a turma o professor pode destacar vários aspectos como:

- A origem e a profissão do autor;

- O interesse dos povos europeus em conhecer a realidade brasileira e as expedições da época;

- a obra publicada, as técnicas utilizadas e o título dado.

5
25
min

Produção escrita em grupo (alunos)

sexto momento:Após as leituras e discussões, a turma vai elaborar um poema sobre a cena representada que deverá ser transcrito para uma folha de papel cartolina. Os alunos podem ilustrar o poema com a imagem ou outras ilustrações, desenhos e grafismos. O cartaz-poema deve ser apresentado e lido para a turma.

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