90
minutos

A construção dos bandeirantes.

A atividade elaborada seria aplicada aos alunos do Segundo Ano do Ensino Médio após uma breve aula sobre as bandeiras e os bandeirantes ao longo do século XVII. O exercício consistiria na divisão dos discentes em duplas para que eles pudessem analisar duas representações de bandeirantes feitas já na primeira metade do século XX, de autores diferentes (Benedito Calixto e Luigi Brizzolara).

Plano de aula construído por
Eduardo Morais Machado (São Paulo / SP)

Objetivos

A ideia dessa atividade é que ela seja aplicada como um complemento à aula sobre o processo de expansão do território brasileiro, mais especificamente as bandeiras e as atitudes dos bandeirantes. Assim, ela deveria servir, primordialmente, para trazer a tona a problemática da construção do mito do bandeirante romantizado e “herói”, como um “desbravador dos sertões”, dando base para a narrativa predominantemente paulista, que os exalta.

A lógica da atividade é que o professor não exponha simplesmente o mito do bandeirante, mas sim que ele tente levar a discussão dessa construção a partir de elementos iconográficos, sobretudo os dois selecionados para a aula. Divididos em duplas, os alunos deveriam analisar fontes, levando em consideração a biografia dos autores, o período em que as obras foram realizadas e, sobretudo, fazer comparações entre as representação visuais desses bandeirante e o que a aula sobre as bandeiras do século XVII e XVIII explicitou.

Um ponto importante aqui é ressaltar a importância que a aula expositiva terá no desenvolvimento da atividade, já que é por meio dela que os alunos devem tomar contato com as analises mais recentes sobre o movimento bandeirante no século XVII e XVIII, tanto seus objetivos como a própria descrição e a visão do período sobre os bandeirantes, sendo interessante que o professor busque, até mesmo, documentos dos séculos XVII e XVIII que descreveriam a atividade dos vicentinos e, principalmente, como eles eram retratados.

Em termos didáticos, a atividade visa, sobretudo:

- Tentar desenvolver no aluno a noção da importância e a complexidade da análise de fontes iconográficas, havendo todo um trabalho de análise das imagens, o contexto de sua produção e o que possivelmente visavam transmitir, levando o próprio autor como um agente do processo de produção dentro de uma determinada lógica social e cultural de um período específico;

- Compreender a importância das representações e das imagens na construção de mitos, de signos e de como essa cultura visual é fundamental para se solidificar uma memória coletiva;

- Focar no desenvolvimento de múltiplas capacidades do aluno, que deve se atentar a dificuldade da análise histórica, das mensagens que as fontes visam passar, da construção de um discurso histórico dissonante quando se compara fontes que “falam” de um mesmo assunto, porém, de maneiras diversas e plurais.

Requisitos

Pesquisa feita previamente pelos alunos sobre:

São Paulo - primeira metade do XX;

Biográfia dos dois artistas que serão trabalhados na atividade;

Imagens impressas pelo professor:

Pintura de Benedito Calixto: “mestre de campo Domingos Jorge Velho e seu lugar-tenente Antônio Fernandes de Abreu”, 1903. Estátua de Luigi Brizzolara. “Fernão Dias Paes Leme – governador das esmeraldas”, 1922.

Avaliação

A atividade será aplicada em uma aula e apresentará o seguinte método avaliativo:

- As duplas precisam ter feito uma pesquisa elaborada sobre os dois autores (Benedito Calixto e Luigi Brizzolara), além de uma pesquisa sobre São Paulo no início do século XX. As pesquisas são fundamentais para a realização da atividade, portanto, valeriam 1/3 da nota. Após o termino da atividade em classe, o professor deveria levar as pesquisas para a casa para analisar a qualidade das informações e onde as buscas foram realizadas para atribuir uma nota condizente com o nível de aprofundamento e detalhamento do aluno em sua investigação.

- Ao longo do desenvolvimento da atividade em sala, os alunos deveriam escrever os pontos que conseguiram observar sobre as imagens em um papel, em tópicos explicativos. Nessas observações dos discentes, seria importante encontrar reflexões que, por exemplo, contrastassem os documentos com a ação dos bandeirantes ao longo do século XVII e XVIII, principalmente com a utilização das pesquisar feitas em casa e a representação que os artistas acabaram por criaram sobre os vicentinos. Assim, o professor, depois que terminada a aula, deveria pegar os papeis com tais informações e tentar compreender os pontos analisados e construídos pelas duplas, percebendo se a análise fazia sentido dentro da documentação e, principalmente, se os alunos conseguiram perceber, a partir das imagens, a tentativa simbólica de consolidação e construção de um “herói” paulista. Essa parte valeria, também, 1/3 da atividade.

- Para finalizar, as duplas deveriam expor para a sala seus pontos de observação sobre o que conseguiram perceber das imagens e dos autores. Após cada dupla expor seus exemplos, deveria ocorrer um pequeno debate na sala de aula para que os alunos pudessem trocar informações e, possivelmente, complementar ideias e conclusões acerca da análise das fontes. A participação das duplas nesse pedaço valeria, também, 1/3 da atividade. Vale observar que as duplas que, eventualmente, não se empenhassem na atividade e demonstrassem descaso ou desrespeito com colegas e com as demais conclusões e observações, teriam pontos retirados.

1
5
min

Atividade a ser realizada em casa pelos alunos (lição de casa)

Na aula anterior a atividade, era fundamental que o professor tivesse lecionado o assunto sobre os bandeirantismo ao longo do século XVII e XVIII, sem, porém, mencionar o "mito do bandeirante".

Nessa aula o professor deveria pedir como tarefa uma pesquisa aprofundada sobre os seguintes artistas:

- Benedito Calixto;

- Luigi Brizzolara;

- Contexto economico e socioecultural da região de São Paulo na primeira metade do século XX.

Os alunos deveriam trazer a pesquisa impressa, com referências bibliográficas e já informados que tal pesquisa serviria de base para a realização de uma atividade de análise documental em sala de aula.

Logo ao chegar na sala no dia da atividade, o professor deveria fazer uma breve verificação da terefa dos alunos.

2
10
min

Exposição Oral por parte do professor

O professor deveria explicar a atividade nestes cinco minutos. Como na última aula antes dessa atividade o professor já deveria ter lecionado, de maneira expositiva, sobre o tema do bandeirantismo durante os séculos XVII e XVIII, não seria necessária grande apresentação do tema novamente.

Um ponto importante seria a distribuição da classe em duplas e, a partir daí, o professor deveria detalhar a atividade. Ou seja, explicar para os alunos que se trata de uma análise iconográfica e que, cada dupla precisaria tentar compreender o significado daqueles documentos e deveriam se pautar, sobretudo, nas pesquisas realizadas sobre os autores, como na pesquisa sobre a realidade de São Paulo durante a primeira metade do século XX. O professor deveria colocar na lousa um exemplo de como ele gostaria que os alunos fizessem suas pontuações e explicações. O ideal seria uma organização em tópicos explicativos, para que fique mais fácil para o professor compreender as principais ideias que os alunos apresentaram.

Após a explanação, o professor deveria entregar a cada dupla uma folha, contendo as seguintes obras:

- Benedito Calixto, Domingos Jorge Velho e o Loco — Tenente Antônio Francisco de Abreu, 1903. Óleo sobre tela, 99 x 140 cm. Acervo Museu Paulista, São Paulo, SP (link 1);

- Brizzolara, Luigi, Fernão Dias Paes Leme, 1922. Mármore. Acervo Museu Paulista, São Paulo - Brasil (link 2).

Ambas deveriam ter legenda e, principalmente, deveriam ser coloridas.

Valeria uma breve exposição específica feita pelo professor sobre quem foram esses dois bandeirantes e algum exemplo de expedições realizadas por eles.

Arquivos e links
3
40
min

Produção escrita em grupo (alunos)

Neste momento, as duplas precisariam começar a analisar as imagens, de acordo com a pesquisa e com as informações que trouxeram na tarefa de casa.

Neste momento, a produção dos tópicos explicativos é fundamental. Em caso de dúvidas e problemas, os alunos poderiam chamar o professor para que ele desse um suporte. Vale evidenciar, porém, que não caberia ao professor dar respostas ou induzir os alunos a respostas mais coerentes. O docente deveria focar seu auxílio, basicamente, para sanar dúvidas mais pontuais.

É importante que o professor, nesse momento, verifique se os alunos estão efetivamente participando da atividade.

4
25
min

Atividade oral envolvendo a classe (perguntas/respostas/debate)

Ao finalizar a atividade de análise de imagens, as duplas deveriam expor brevemente para a sala os principais tópicos que perceberam em suas análises. Deveria ser fundamental, também, que cada dupla pudesse expor sua conclusão acerca da atividade.

Nesse momento, cabe ao professor organizar a fala de cada dupla e colocar os principais pontos abordados por cada uma na lousa.

Após a fala de cada uma das duplas, seria interessante um breve debate acerca da atividade, as dificuldades encontradas e as similaridades e divergências de análise que ocorreram.

5
10
min

Exposição Oral por parte do professor

Pautando-se nos debates previamente ocorridos e nos tópicos e conclusões colocadas na lousa, o professor deveria chamar a atenção da sala para ele novamente.

A ideia nesse momento é que o professor fechasse a aula se utilizando e manejando as informações utilizadas ao longo do debate da sala para chegar a grande conclusão sobre o assunto, ou seja, a construção do mito do bandeirante romantizado, "heroico" a partir das fontes visuais. Vale nesse momento uma enorme importância que a exposição seja feita contextualizando o período e a lógica da construção dessa mitologia paulista ao longo, sobretudo, da primeira metade do século XX.

Ao final da atividade, o professor deveria recolher os tarefas com as pesquisas feitas e utilizadas pelos alunos em aula, além de recolher, também, os papeis com os tópicos explicativos com os apontamentos e conclusões tiradas por cada dupla para a posterior observação e correção.

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