4º Curso de Formação de Professores
Imagens em sala de aula
50
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Objetivos
Partindo do pressuposto de que as imagens não possuem sentidos essenciais em si ou ocultos nas motivações subjetivas de seu autor, e que o afetamento que provocam está relacionado ao modo como são exibidas e às experiências dos espectadores a que se destinam, buscaremos analisar um pequeno escopo de imagens produzidas sobre Napoleão Bonaparte no século XIX, e de que modo fomentaram ideias acerca do governante. Este, por um lado, patrocinou e esteve envolvido diretamente na produção de obras de arte que almejavam a veiculação e cristalização de uma imagética a serviço da promoção, consolidação e reafirmação de sua autoridade. Paralelamente, outros artistas não tão próximos a seu círculo, e alguns de seus dissabores políticos, inventaram outras figurações a seu respeito. Assim, a aula seguirá os seguintes objetivos:
a) Por meio da apresentação das pinturas de David (Sacre de l'empereur Napoléon Ier et couronnement de l'impératrice Joséphine dans la cathédrale Notre-Dame de Paris, le 2 décembre 1804) e Antoine-Jean Gros (Bonaparte na Ponte de Arcole) , bem como do Arco do Triunfo da Estrela, em Paris, apresentaremos as versões oficiais da figura do governante;
b) Apresentaremos a gravura “La Grande Procession de Couronnement de Napoléon I, Empereur de France, à Nôtre-Dame”, de Gillray, servirá de contraposição a versão oficial perpetuada acerca da coroação do imperador.
c) Imputar a consciência de que, em História, não existe uma verdade sobre os fatos, tal como aconteceram, e que no caso da análise de obras de arte lhes é anterior e externa. Sendo assim, caberia tomar as obras mesmas como uma realidade, e não como uma ‘representação’ de que não está nelas. Com isso almejamos que os alunos percebam que as imagens são inscrições no tempo, dotadas de regime e retórica que lhe são próprios, embora não excluam as polissemias dos diferentes usos e apropriações a que estão expostas.
Requisitos
Recursos visuais para a exposição das imagens fabricadas por David, Gros, Gilray e Cortot (detalhe do Arco do Triunfo da Estrela). O público alvo da aula são alunos concluintes do Ensino Médio e pré-vestibular.Ao final a folha para desenvolvimento da avaliação.
Avaliação
O produto final desta aula, a avaliação, será composta por uma atividade mista entre oralidade e escrita. Em grupos de até 5, os estudantes deverão comparar duas imagens que retratam o mesmo tema: “Napoleão cruzando os Alpes”. Uma, executada por David em 1801; a outra, produzida por Paul Delaroche em 1851, ambas expostas no museu do Louvre. Tomaremos cada uma delas como artefato e acontecimento discursivo. Fomentaremos uma discussão acerca das diferenças entre as imagens e das versões com que cada uma delas constroem o 'evento'. Qual delas veicula um sentido mais positivo e qual um mais negativo de Napoleão? Após esta breve discussão, cada um, individualmente, deverá escrever um pequeno excerto em que levante hipóteses sobre o porquê das diferentes visualidades construídas sobre o tema, e os possíveis locais de exposição de cada obra.
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25
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Seminário em grupo (alunos)
Exposição das duas pinturas, da gravura e do detalhe do Arco do Triunfo da Estrela (Paris). Neste momento, serão exibidas apenas as imagens, sem qualquer legenda escrita. Os alunos deverão voltar plenamente a sua atenção para as imagens projetadas na tela, sem qualquer intervenção oralizada do professor.Destinaremos cerca de 5 minutos para a exposição de cada uma delas, permitindo que estabeleçam relações de visualização das imagens.
Arquivos e links
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10
min
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Atividade oral envolvendo a classe (perguntas/respostas/debate)
A segunda atividade tem por finalidade perceber as diferentes maneiras por meio das quais os estudantes se relacionam com imagens. Solicitaremos que, verbalmente, sejam enunciadas as perguntas que eles acham importantes de se fazer quando se trabalha com imagens. Quais informações seriam relevantes? Quais são dispensáveis? Quando se pesquisa acerca de uma imagem, que componentes devem ser notados? Enfim: o que precisamos saber para analisar uma imagem? Quais as possíveis análises que podemos fazer delas e a partir delas? Nenhuma informação será fornecida de antemão na aula. Os estudantes serão levados a debater os critérios de análise que eles têm ao se relacionarem com uma imagem, e terão de justificar as perguntas que consideram importantes fazer para a edificação das diversas maneiras de se relacionar com o visual: O que as imagens têm a nos dizer? o que elas solicitam-nos? o que elas podem nos dizer? E a pergunta fundamental: como elas podem nos informar?
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15
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Produção escrita em grupo (alunos)
Os estudantes receberão uma folha individualizada em que constarão duas pinturas cujo tema é "Napoleão atravessando os Alpes". Deverão compará-las, percebendo as diferenças do discurso imagético acerca do mesmo 'evento'. Como cada uma dessas imagens inventa uma versão para este evento, e propõem a perpetuação de uma memória a seu respeito? Quais as diferenças mais notáveis que surgem da comparação de cada uma delas? Como Napoleão é apresentado em cada imagem? Ao fim, os estudantes terão de levantar hipóteses que deem conta de explicar as diferenças.
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