- Compreender a relação entre o discurso de modernidade do regime republicano brasileiro com as reformas urbanas realizadas na cidade do Rio de Janeiro.
- Analisar o processo de exclusão de áreas urbanas da população pobre e suas consequências, percebidas principalmente pela expansão dos subúrbios e das favelas cariocas.
- Refletir sobre a Revolta da Vacina como uma reação popular face ao processo de modernização do espaço urbano e dos costumes cariocas imposto pelo governo republicano.
- Discutir a relação existente entre a Reforma Pereira Passos e as obras do Porto Maravilha, dando ênfase aos conceitos de urbanização, exclusão social e gentrificação.
Uma vez que a aula visa trabalhar com documentos imagéticos do período tratado e das recentes reformas urbanas realizadas na região portuária da cidade do Rio de Janeiro, serão necessários para a realização das atividades os seguintes equipamentos: projetor e notebook.
A turma será divida em grupos e cada um desses receberá uma charge para análise. Cada grupo deverá analisar as charges tendo por base os seguintes questionamentos: quem produziu o material, para quem produziu e a possível repercussão dessas. Outra reflexão possível é sobre se as mensagens quando transmitidas através de charges, são mais facilmente compreendidas ou não. Após isso, cada grupo deve apresentar ao professor e ao restante da turma suas reflexões. Mediante as ideais expostas pelos estudantes, o professor deverá avaliar a apreensão dos alunos em relação ao conteúdo da aula.
O professor deve perguntar aos alunos se já estiveram na zona portuária após as obras do "Porto Maravilha", e se já visitaram o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu do Amanhã, o Aquário, o Boulevard Olímpico e se já tiveram a oportunidade de andar no VLT (Veículo Leve sob Trilhos). As imagens anexadas podem ser mostradas para que os alunos visualizem as localidades citadas.
Neste momento da aula o professor deve explicar que não é a primeira vez que a região portuária e o centro da cidade do Rio de Janeiro passam por uma grande reforma urbana. A seguir, o docente deverá explicitar a necessidade de remodelar a cidade do Rio de Janeiro, capital do país à época, de acordo com as capitais europeias, principalmente Paris, para que o discurso de modernidade do regime republicano recém-instaurado fosse perceptível aos olhos da população carioca e dos visitantes da cidade. Depois disso, o professor deve iniciar a análise de imagens. Nas três imagens podem ser discutidas a arquitetura dos cortiços, salientando aspectos relacionados a intimidade dos moradores e insalubridade. Ao mesmo tempo, a questão sobre quem bateu tais fotos e as intenções do fotógrafo ao fazê-las, deve ser levantada. Estariam eles a serviço do governo, demonstrando o quanto as moradias populares "enfeiavam" a cidade ou contra Pereira Passos, denunciando o descaso com os mais pobres? Deve ser sinalizada a intenção do governo de tirar da região central da cidade as moradias populares conhecidas como cortiço. Esse é o momento ideal para a discussão do conceito de gentrificação e exclusão social.
Neste momento da aula, o professor deve abordar as obras realizadas, utilizando as imagens anexadas de modo que seja incitada com a turma a discussão que trata da abertura de largas vias e espaços que, antes ocupados pelos cortiços e populações pobres, seriam de desfile da elite carioca vestida à europeia. Nas imagens, os alunos devem ser estimulados a pensar sobre as fotografias tiradas, tendo sempre em vista as intenções do fotógrafo. As imagens podem ser encaradas como fotografias que visavam propagandear os feitos
de Pereira Passos. Nesse aspecto, pode ser pensado sobre o caráter restrito da fotografia, estando este recurso na maioria das vezes nas mãos das classes dominantes, sendo estabelecido um contraponto aos dias atuais, quando a fotografia é algo muito mais democrático em função dos avanços tecnológicos. Pode ser ressaltado também o quanto as fotografias podem ter a intenção de esconder realidades, tendo como exemplo o fato de as imagens esconderem o Rio de Janeiro real, no qual havia negros, mulatos, grande população pobre, cortiços e favelas, mostrando apenas o Rio idealizado.
Este momento da aula fica reservado para a explanação oral do professor sobre a Revolta da Vacina. Este movimento deve ser apresentado como uma reação popular ao processo de modernização imposto violentamente sobre a população pobre carioca. A caricatura do médico sanitarista Oswaldo Cruz anexada, pode servir para ilustrar o autoritarismo do projeto de vacinação contra a varíola.
O último momento da aula fica reservado para a realização da atividade proposta pelo professor. As imagens anexadas são sugestões para o professor.