1- Reconhecer as "marcas" da colonização no Centro Histórico do Rio de Janeiro, em meio à cidade moderna.
2- Aproximar os alunos da história da cidade, na qual moram com o objetivo de atribuir vida ao cenário e ao património histórico-cultural por intermédio de seus personagens, moradores e hábitos do período colonial e de hoje em dia.
3- Ensinar a importância da conservação do patrimônio histórico para a valorização da memória e para a formação da identidade do aluno, enquanto um cidadão.
4- Utilizar as imagens apresentadas em sala de aula como estímulo para a preparação de uma aula-passeio em trechos do centro histórico do Rio de Janeiro. Este objetivo visa orientar a metodologia adotada e incrementar a aprendizagem por intermédio da combinação entre teoria e prática. Neste sentido, a apresentação das imagens pode aguçar a curiosidade e ampliar o conhecimento.
Aparelho de data show, internet, celulares dos alunos para a produção das próprias imagens ao final da aula. Imagens selecionadas:1-"Vista do Largo do Paço(Debret)2-"Refresco do Largo do Palácio" (Debret) 3-Fotografia do Paço Imperial (google)4- Mapa do Rio de Janeiro em 1820 - Cais do Valongo(google) 5-Imagem de satélite - Cais do Valongo.(google)
A avaliação significativa do aluno é aquela que pode ser feita diariamente e é baseada na participação e na aprendizagem cumulativa. Deste modo, este plano de aula propõe avaliações pequenas e diversificadas ao longo das aulas. A primeira delas pode consistir na reação da turma diante das imagens e dos questionamentos levantados. Em outras palavras, o professor pode analisar se os alunos se interessaram pelas imagens, se observaram os detalhes e tentaram contextualizá-las de acordo com o conteúdo apresentado previamente. Uma segunda avaliação é a leitura e interpretação da história 2 do livro "Aventuras Cariocas". Na aula seguinte, os alunos responderão às questões propostas sobre a história, além de trocar informações sobre ela, oralmente. Em mais uma avaliação, durante a realização da aula-passeio, os alunos devem fotografar os locais visitados, localizá-los no mapa e, ao retornar para a escola, produzir relatórios, uma exposição das fotos com a produção de legenda, imagens e informações para divulgação.
O professor deve introduzir o tema sobre a colonização de exploração ressaltando os seus elementos principais, que são: os objetivos e modos de explorar a colônia, a família real, a escravidão e a igreja como parte integrante da dinâmica colonial. Neste contexto, o professor apresenta a cidade do Rio como uma construção daquela época e indaga aos alunos se eles conhecem o centro histórico do Rio de Janeiro. A seguir imagens serão exibidas para que os alunos (re)conheçam os locais.
A partir deste momento da aula, as cinco imagens serão apresentadas. A ordem de exibição das imagens revela uma preocupação em "exercitar" o olhar do aluno, ora para a visão do todo (contexto) e ora para os detalhes da imagem e para a relação entre ambos. A partir de cada imagem projetada, os alunos são questionados e convidados a "mergulhar" no Rio de Janeiro Colonial, como se fosse um expectador q espreita a cena ou um dos moradores daquela cidade.
A primeira imagem projetada é a vista do Largo do Paço. Aproveitando a visão de participantes da cena, os alunos devem perceber o olhar de Debret a partir de quem vem do mar. Deste modo, a cidade se descortina com o chafariz do Mestre Valentim e com os edifícios coloniais. Deve-se levantar os seguintes questionamentos para a turma:
1- Qual é a função do chafariz?
2- Quem são as pessoas que vivem ali? O que estão fazendo? Como era viver naquele centro?
3- Qual é a função dos edifícios que formavam a cidade?
Por que pessoas se aglomeram na frente do Paço Imperial?
4- Na imagem há igrejas? Qual era a importância da igreja na época?
Após refletirem sobre as questões, o professor apresenta os edifícios e explica sobre o chafariz. Na segunda imagem, é possível detalhá-lo e visualizar o dia-a-dia daquele centro, sobretudo com a presença de escravos servindo e o intenso comércio. Destacam-se a presença de militares e de navios, o que reforça a presença do mar na paisagem.
Em sala, o professor começará a leitura da história "Em busca de liberdade" do livro Aventuras Cariocas. A história narra a chegada de uma portuguesa de 12 anos à cidade em 1708. A partir dos olhos da menina, a cidade ganha vida e o cotidiano colonial é conhecido. O professor deve orientar os alunos para identificar os conceitos apresentados ao longo da história, como de escravo de ganho, escravo-tigre etc. Além da oferta de muitas imagens da época e de outras ilustrações, aos quais os alunos devem estar atentos. Os alunos devem terminar a leitura em casa para a discussão na próxima aula.
A aula começa pedindo aos alunos que relatem a história que leram e escolham uma imagem que tenha despertado mais interesse neles. Eles devem perceber que a narrativa utiliza os mesmos cenários apresentados na aula anterior, com destaque para a Igreja do Carmo, que pode ser revista na imagem de Debret. Ao mesmo tempo, se pode refletir sobre aqueles espaços atualmente. Como eles estão? Será que todos ainda existem depois de tantos séculos? Por que eles não foram destruídos? Neste contexto, a imagem mais atual do Paço pode ser exibida. Com ela, os alunos podem visualizar a arquitetura e saber da sua importância histórica (a Casa dos Governadores, a ampliação para a chegada da família real, D. Pedro I no palácio no dia do Fico, a princesa Isabel assinando a lei Áurea e o uso do prédio como centro cultural nos dias atuais.
As duas últimas imagens são exibidas com o objetivo de reforçar a posição estratégica da cidade em relação ao mar, as características político-econômicas da época e para localizar os pontos a serem percorridos na aula-passeio. Ambas são "mapas" que permitem a leitura do espaço geográfico.
No mapa do Rio em 1820, os alunos devem situar o Paço Imperial, o ponto de partida para a aula-passeio, e sua posição de frente para o mar. O caminhar para o cais do Valongo, outro local a ser visitado, também está visível no mapa. Os alunos devem ser orientados a ver a baixa ocupação da cidade e a presença de morros no tecido urbano da época. Eles devem ser informados sobre o desmonte de vários morros para a expansão da cidade. O caminhar pela orla, em direção à zona portuária, pode revelar o perímetro urbano e a presença de mercados de escravos na região do Valongo, por onde mais de 1 milhão de escravos desembarcaram. Por fim, a imagem de satélite pode evidenciar a transformaçãao urbana do Rio de Janeiro e a valorização da área histórica para fins de memória e até para o turismo.
O professor convida os alunos a participar da aula-passeio (atividade extraclasse) a ser realizada nas próximas aulas. Com os alunos, o professor traça o roteiro a partir das imagens apresentadas (Praça XV, visita ao Paço Imperial e ao Cais do Valongo) e os estimula a elaborar perguntas ou reflexões sobre o local que irão visitar. Os alunos deverão fotografar os locais, tentando reproduzir as fotos exibidas em sala e produzir imagens originais a partir da vivência deles no local no dia da visita. O mapa deve ser levado a campo.
Observação: O link ao lado refere-se a um projeto que ofereceu aulas-passeio, com material didático, formação para os professores e transporte para as escolas municipais do Rio. Parte do roteiro deste plano de aula foi inspirado no percurso do projeto "Caminhos do Rio", que realizei com meus alunos em 2015.