4º Curso de Formação de Professores

Explicaremos aos alunos sobre a Guerra Fria, período em que houve uma bipolarização do mundo entre duas potências vitoriosas da Segunda Guerra Mundial (EUA e URSS) com modelos econômicos e políticos diferentes (capitalismo e socialismo – democracia e ditadura). Mostraremos que, diante dessa divisão, vários outros países se alinharam a uma dessas potências, perseguindo os mesmos objetivos políticos e econômicos. Desses conflitos decorreram, inclusive, as “guerras quentes”, guerras civis em que cada uma das partes era apoiada por uma das potências. Nesse contexto, EUA e URSS desenvolveram estratégias para atrair outros países para o seu campo de influência. Nesse sentido, os EUA se utilizaram da ampla indústria cultural para atrair os países.

Serão exibidos cerca de 19 minutos do filme Rocky IV, que correspondem à coletiva dos dois lutadores (Apollo – norte-americano e Drago - russo) com os jornalistas até o fim da luta e a morte de Apollo.

O primeiro minuto da abertura também é interessante, pois, ao mostrar as luxas de boxe dos lutadores, com suas respectivas bandeiras, representa metaforicamente a disputa no campo político que havia naquele momento (1985). Ao final da abertura, a luva russa explode com o impacto da luva norte-americana.

Desde a coletiva, Apollo vem provocando o russo. Conversando com Rocky, Apollo deixa claro que não é apenas uma luta de boxe, “somos nós contra eles”. No ringue, Drago entra sério e se posiciona no centro. O teto se abre e o ringue ergue-se em direção à uma profusão de luzes e cores. Começa a música Living in America, que exalta as maravilhas americanas (estradas, automóveis, liberdade, alegria, descontração, etc). Aparece James Brown cantando, Apollo dançando, seguido por várias dançarinas vestidas com a bandeira dos EUA. E Drago no meio, atordoado. Apollo provoca ao máximo Drago. Começa a luta. E no fim, Drago mata Apollo. A fala final do russo mostra sua frieza: “Se ele morrer, morreu”.

Conforme os links ao lado, as partes a serem exibidas do filme são:

Parte 1: 0:10 a 1:05 e 8:10 até o fim (9:59)

Parte 2: 0:00 a 0:12 e 7:42 ao fim (8:56)

Parte 3: inteira (0:00 até 9:50)

Parte 4: 0:00 até 5:17

Pedirei aos alunos que digam qual a imagem que é posta de cada lutador para fazer a contraposição. O russo é mostrado como um autômato, sério, frio, sem expressões, “montanha de músculos”, mau (ao longo do filme, descobrimos que ele faz uso de anabolizantes e outras substâncias proibidas). Já o americano é sorridente, legal, debochado (aparece uma imagem de Drago onde foi desenhado chifres e rabo de diabo), humano. Ele entra no ringue com dançarinas e cantando uma música que elogia a América.

Isto pode servir de gancho para falar da imagem que os EUA criaram da Rússia e como passaram esse estereótipo para seu povo e para outros países através da indústria cultural. Além disso, podemos introduzir a noção de que nenhum filme é isento de posicionamentos e julgamentos.

Será passada a música para os alunos, bem como a letra original e a tradução para análise.

Debate e análise da música. A música (conforme a letra analisada) exalta as facilidades que a América traz ao povo, tanto no campo político como no econômico. Com o capitalismo, há os carros, as chaminés, o bacon (fatback – toucinho), as músicas, o rádio, as lanchonetes, pessoas trabalhando 24 horas por dia. E a democracia traz a liberdade de fazer o que quiser, poder cruzar o país de costa a costa, ouvir uma boa música e se divertir. E essa liberdade é para todos porque “você pode não estar procurando a terra prometida, mas vai encontrá-la mesmo assim”. E a terra prometida na música são as grandes cidades dos EUA.

Entregar um texto em que analisam como o filme retrata o americano e o russo e indicam quais formas a música apresentada no filme utiliza para exaltar o modo de vida norte-americano (síntese da aula).