Questões


10ª 11ª – Tarefa
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10ª questão

Releia o documento:

"Quem chorou por Vitor, o bebê indígena assassinado com uma lâmina enfiada no pescoço?"

1500, o ano que não terminou Jornal eletrônico

A autora afirma: “Essa foto é um documento histórico. Tanto pelo que nela está quanto pelo que nela não está.”

Sobre a foto entendida como documento histórico, é possível afirmar que:

 

Alternativas

A. É reveladora de um longo processo de invisibilidade dos povos indígenas no Brasil, pois na foto nem a vítima é exibida.
B. Expressa partes visíveis e invisíveis, sendo que entre as primeiras estão os chinelos e os brinquedos de plástico.
C. Pode ser usada para indicar a importância do episódio e a necessidade de se debater as condições dos grupos indígenas no presente.
D. Diferente do que afirma a jornalista, na foto não há a presença da vítima e assim ela não pode documentar o que aconteceu.



 

Comentário

A questão recupera um tema recorrente na ONHB: a noção de documento histórico. Todo documento, como é sabido, oferece um conjunto de informações para ser interpretado, questionado e analisado. Porém, um documento não expressa apenas o que afirma: ele também tem suas lacunas. O olhar crítico sobre um documento exige que procuremos as contradições, os pontos frágeis, as intenções de quem o produziu, seus vínculos sociais, políticos e culturais. No caso, a autora afirma que a foto dos objetos pessoais de Vitor Pinto, garoto da etnia Kaingang assassinado na rodoviária de Imbituba (SC) em dezembro de 2015, é um documento histórico.
Observem que nela não aparece o rosto, não há nenhum marco pessoal mais explícito. E, por esse motivo, é um documento revelador. Os chinelos, os brinquedos de plástico comuns em cidades litorâneas, o cimento áspero são o que podemos identificar. Remetem à aspereza e ao aspecto descartável da vida de Vitor de seu grupo. Os indígenas habitam os livros escolares e algumas comemorações como o Dia do Índio, mas parecem não habitar o cotidiano dos dias atuais. Ou, quando muito, são apresentados como um problema, mas quase nunca como grupos originários, diversificados e dinâmicos que também compõem a atual sociedade. Dessa forma, trata-se de um documento revelador pelo que não apresenta, mais do que pela leitura imediata e descritiva da cena. É a fotografia de uma ausência.


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