Observe os documentos e escolha uma alternativa.
"O animal de que falo é, em poucas palavras, tão disforme quanto seria possível crer ou imaginar."
"Nestes matos se cria um animal mui estranho, a que os índios chamam aí, e os portugueses preguiça, nome certo mui acomodado a este animal (...)"
Alternativas
Comentário
Os relatos sobre a natureza brasileira são uma constante em nossa história colonial, produzidos por viajantes de diferentes lugares da Europa e, inclusive, organizados segundo objetivos e interesses diversos. André Thevet (1502-1590) foi um frade e cosmógrafo francês que fez parte de uma expedição à França Antártica, permanecendo apenas 10 semanas entre 1555 e 1556 no Brasil. Gabriel Soares de Souza (1540-1591), colono português, fundou um engenho durante seus longos anos de estada na Bahia, também participou da Câmara de Salvador e é considerado o explorador do Rio São Francisco. Ambos se deslumbraram com as peculiaridades naturais da terra e os costumes indígenas, deixando em seus livros curiosas descrições. Independentemente do tempo de suas experiências em terras brasileiras, ambos apontam nas descrições do bicho-preguiça uma atenção às definições próprias dos indígenas sobre o ambiente em que viviam. No entanto, para registrarem suas experiências na colônia, traduziram as novidades conforme suas referências culturais prévias. Suas compreensões de mundo, e a de seus leitores (europeus), faziam necessárias as comparações do bicho-preguiça com cães, carpas, leões, gatos etc., para que, assim, ganhassem sentido.