A Revolta do Quebra-Quilos teve origem em Campina Grande no ano de 1874 e se alastrou por diversas cidades das províncias da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. Pouco mais de uma década antes, em 1862, foi decretada a vigência de um novo sistema métrico unificado para o Brasil. O prazo para que ele vigorasse em todo o território seria de dez anos e os comerciantes e estabelecimentos que não o adotassem receberiam multas. Em um dia de feira na cidade de Campina Grande, alguns revoltosos que não aceitavam o novo sistema de aferições passaram a quebrar os instrumentos dos fiscais, assim como agrediram esses oficiais, fazendo frente à força policial. O sistema anterior, mesmo usando diversas medidas e não sendo unificado, funcionava bem para a população. A atitude derradeira do governo central em multar aqueles que não aderissem ao novo método foi percebida por parte da população como um desrespeito à tradição e à cultura local. Habituadas ao sistema de medida anterior, as pessoas ficaram inseguras quanto à quantidade de produtos que levariam em uma compra. Não se tratava de serem simplesmente conservadores em relação aos hábitos, mas de revolta perante a maneira como se impôs a mudança por parte do governo central.
O protesto alastrou-se por outras capitanias e ampliou seus objetivos, posicionando-se contra o aumento ou criação de impostos e a feitura de listas de recrutamento militar. Os revoltosos indignavam-se com os desmandos do governo central, que, alheio aos problemas sociais e econômicos da região, só se fazia presente para regular de forma despótica a vida das pessoas. Desse descontentamento, derivaram diversas invasões a prédios municipais e incêndios de documentos oficiais. A revolta dos Quebra-Quilos envolveu, no seu decorrer, diversos grupos sociais, como agricultores, comerciantes, escravos, libertos etc.