Em 1981, o semanário O Pasquim publicou os relatos escritos pela militante Inês Etienne Romeu sobre os dias que passou em Petrópolis, na Casa da Morte. O trecho a seguir faz parte desta narrativa:
"Fui conduzida para uma casa (...) em Petrópolis. (...) O Dr. Roberto, um dos mais brutais torturadores, arrastou-me pelo chão, segurando-me pelos cabelos (...)"
Alternativas
Comentário
Inês Etienne Romeu foi integrante da luta armada durante o período da ditadura militar no Brasil. Participou das organizações VAR-Palmares e Polop. Em 5 de maio de 1971, ela foi presa em São Paulo pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, sob acusação de participar do sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher. Logo após sua prisão, Inês Etienne foi levada para uma casa em Petrópolis, prisão clandestina utilizada na repressão aos movimentos de resistência à ditadura, que ficou conhecida como Casa da Morte. Segundo os relatos da Comissão da Verdade, Inês Etienne foi a única que sobreviveu a este aparelho de repressão.
Depois do golpe de 1964, o governo militar progressivamente reforçou o controle social, por meio dos Atos Institucionais e das agências de repressão (polícia política), que se utilizavam da força e das torturas físicas para reprimir manifestações contrárias ao regime, as quais eram consideradas de grande ameaça ao sistema. Um fato interessante é que este relato foi divulgado ainda no ano de 1981, ou seja, durante o regime militar.