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12ª questão

Em 1981, o semanário O Pasquim publicou os relatos escritos pela militante Inês Etienne Romeu sobre os dias que passou em Petrópolis, na Casa da Morte. O trecho a seguir faz parte desta narrativa:

"Fui conduzida para uma casa (...) em Petrópolis. (...) O Dr. Roberto, um dos mais brutais torturadores, arrastou-me pelo chão, segurando-me pelos cabelos (...)"

 

Alternativas

A. O golpe militar de 1964 instaurou um regime político marcado pela repressão, legalizada pelos Atos Institucionais decretados pelo governo, marcando um progressivo fechamento político e o crescente desrespeito aos direitos humanos de oposicionistas presos, sobretudo depois da promulgação do AI-5 que incrementou e reorganizou o aparelho da polícia política na tentativa de garantir a estabilidade da dominação.
B. Inês Etienne Romeu relata os procedimentos de tortura praticados pelos órgãos militares de repressão durante os interrogatórios dos presos políticos, os quais tinham como mecanismo de coação infligir a dor física e emocional como forma de punição e de obtenção das informações esperadas.
C. A repressão política das agências reguladoras era de conhecimento público. O AI-5 fortaleceu estes mecanismos de repressão e por isso a Casa da Morte era tida como legal. Apesar do empenho em silenciar a oposição, o regime militar não considerava os movimentos operários e estudantis como grande ameaça ao seu poder, em razão da diferença de forças existente entre eles, mas eram tidos como um incômodo à imagem que o governo queria passar, do Brasil de progresso e de prosperidade.
D. As agências mais atuantes na repressão política durante o período da ditadura eram o DEOPS paulista e os DOI-CODIs I (Rio de Janeiro) e II (São Paulo) e tinham suas equipes compostas por agentes oriundos das Forças Armadas e das polícias civis e militares estaduais. Estas agências tinham como função prender militantes políticos contrários ao regime e foram responsáveis pela tortura, morte e desaparecimento de inúmeros presos políticos, estando eles ligados ou não a movimentos contra a ditadura.



 

Comentário

Inês Etienne Romeu foi integrante da luta armada durante o período da ditadura militar no Brasil. Participou das organizações VAR-Palmares e Polop. Em 5 de maio de 1971, ela foi presa em São Paulo pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, sob acusação de participar do sequestro do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher. Logo após sua prisão, Inês Etienne foi levada para uma casa em Petrópolis, prisão clandestina utilizada na repressão aos movimentos de resistência à ditadura, que ficou conhecida como Casa da Morte. Segundo os relatos da Comissão da Verdade, Inês Etienne foi a única que sobreviveu a este aparelho de repressão.

Depois do golpe de 1964, o governo militar progressivamente reforçou o controle social, por meio dos Atos Institucionais e das agências de repressão (polícia política), que se utilizavam da força e das torturas físicas para reprimir manifestações contrárias ao regime, as quais eram consideradas de grande ameaça ao sistema. Um fato interessante é que este relato foi divulgado ainda no ano de 1981, ou seja, durante o regime militar.