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43ª questão

Em 1942, o Brasil rompia relações com os países integrantes do Eixo e entrava na 2ª Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Para a participação no front de batalha foram convocados os oficiais da reserva e foi aberto o processo de voluntariado. Além dos soldados/pracinhas, enfermeiras de todo país se inscreveram para compor os quadros da FEB [Força Expedicionária Brasileira]. Analise os documentos sobre o tema:

"A mulher brasileira colaborava nos preparativos para a guerra através do Serviço Feminino da Defesa Passiva Civil Anti-Aérea, das enfermeiras da Cruz Vermelha, das Socorristas, das Samaritanas e das senhoras da Escola Técnica Social (...)"

“(…) essa foto foi feita da aeronave onde nós trabalhavamos, no centro estou eu (…) em pé a Semírames, colega que fez parte do grupo deste transporte, (...)"

Escolha uma das alternativas:

 

Alternativas

A. Após o fim da guerra as ex-combatentes tiveram que lutar para permanecer como oficiais do exército, direito que conquistaram apenas em 1950 com a lei 1.147.
B. Os documentos tratam da participação da tenente enfermeira Lenalda Campos Duboc como voluntária da FEB, seguindo uma longa tradição de mulheres oficiais no Brasil.
C. As enfermeiras recebiam treinamento específico para atender às necessidades dos pacientes em transporte aéreo, além de assumir a responsabilidade pelos mesmos.
D. A participação das mulheres na FEB se assemelhou ao papel esperado para as mulheres na vida social, o de cuidadoras da nação.



 

Comentário

Em dezembro de 1943 o Decreto-lei 6.097 criava o Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército, sendo em seguida convocadas enfermeiras voluntárias de todo o país para participarem do Curso de Emergência de Enfermeira da Reserva do Exército, no qual apenas 67 foram aprovadas e enviadas para o front. Dentre essas mulheres encontramos a tenente Lenalda apresentada na questão, a partir de três documentos (um artigo acadêmico que traz uma breve biografia, seu depoimento e uma fotografia), que de certa forma nos ajudam a recompor a experiência dessas mulheres. Lenalda foi uma das poucas enfermeiras que realizavam o transporte aéreo de soldados feridos em guerra da Itália para o Brasil, função que exigia não apenas conhecimentos profissionais de enfermagem, mas também um treinamento para o trabalho em meio à guerra e a responsabilidade sobre todos os pacientes em transporte, uma vez que as enfermeiras não eram acompanhadas por médicos durante a viagem. Embora sua participação na guerra possa ser tomada como um momento de inserção feminina em espaços tipicamente masculinos, não podemos deixar de observar que, como enfermeiras as mulheres continuavam a exercer funções delas esperadas na sociedade, como a de cuidadora. Isso não impediu que essas mulheres, mesmo vivendo sob rígidas condições físicas e morais, fossem comparadas às prostitutas e estigmatizadas. O retorno da guerra, após a vitória na Itália, ao contrário do que aconteceu com os pracinhas, não trouxe para Lenalda e suas companheiras a possibilidade de estabilidade ou o reconhecimento por seu trabalho, mas sim um novo período de lutas, agora pela incorporação nos quadros do exército, o que só ocorreu em 1950, quando as enfermeiras foram convocadas, pela lei 1.147, ao posto de 2ª Tenente e a trabalhar em hospitais militares até sua aposentadoria.

ERRATA: no trecho: O retorno da guerra, após a vitória na Itália, ao contrário do que aconteceu com os pracinhas, não trouxe para Lenalda e suas companheiras a possibilidade de estabilidade ou o reconhecimento por seu trabalho, mas sim um novo período de lutas, agora pela incorporação nos quadros do exército, o que só ocorreu em 1950, quando as enfermeiras foram convocadas, pela lei 1.147, ao posto de 2ª Tenente e a trabalhar em hospitais militares até sua aposentadoria.

DEVE-SE CONSIDERAR: O retorno da guerra, após a vitória na Itália, ao contrário do que aconteceu com os pracinhas, não trouxe para a sergipana Lenalda e suas companheiras a possibilidade de estabilidade ou o reconhecimento por seu trabalho, mas sim um novo período de lutas, agora pela incorporação nos quadros do exército, o que só ocorreu em 1950, pela lei 1.147, quando passam a ser consideradas, por força de lei, oficiais da reserva de 2ª classe (sem remuneração). E, definitivamente, em 1957, ao serem convocadas ao posto de 2ª Tenente e a trabalhar em hospitais militares até sua aposentadoria.