Em 1942, o Brasil rompia relações com os países integrantes do Eixo e entrava na 2ª Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Para a participação no front de batalha foram convocados os oficiais da reserva e foi aberto o processo de voluntariado. Além dos soldados/pracinhas, enfermeiras de todo país se inscreveram para compor os quadros da FEB [Força Expedicionária Brasileira]. Analise os documentos sobre o tema:
"A mulher brasileira colaborava nos preparativos para a guerra através do Serviço Feminino da Defesa Passiva Civil Anti-Aérea, das enfermeiras da Cruz Vermelha, das Socorristas, das Samaritanas e das senhoras da Escola Técnica Social (...)"
“(…) essa foto foi feita da aeronave onde nós trabalhavamos, no centro estou eu (…) em pé a Semírames, colega que fez parte do grupo deste transporte, (...)"
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Comentário
Em dezembro de 1943 o Decreto-lei 6.097 criava o Quadro de Enfermeiras da Reserva do Exército, sendo em seguida convocadas enfermeiras voluntárias de todo o país para participarem do Curso de Emergência de Enfermeira da Reserva do Exército, no qual apenas 67 foram aprovadas e enviadas para o front. Dentre essas mulheres encontramos a tenente Lenalda apresentada na questão, a partir de três documentos (um artigo acadêmico que traz uma breve biografia, seu depoimento e uma fotografia), que de certa forma nos ajudam a recompor a experiência dessas mulheres. Lenalda foi uma das poucas enfermeiras que realizavam o transporte aéreo de soldados feridos em guerra da Itália para o Brasil, função que exigia não apenas conhecimentos profissionais de enfermagem, mas também um treinamento para o trabalho em meio à guerra e a responsabilidade sobre todos os pacientes em transporte, uma vez que as enfermeiras não eram acompanhadas por médicos durante a viagem. Embora sua participação na guerra possa ser tomada como um momento de inserção feminina em espaços tipicamente masculinos, não podemos deixar de observar que, como enfermeiras as mulheres continuavam a exercer funções delas esperadas na sociedade, como a de cuidadora. Isso não impediu que essas mulheres, mesmo vivendo sob rígidas condições físicas e morais, fossem comparadas às prostitutas e estigmatizadas. O retorno da guerra, após a vitória na Itália, ao contrário do que aconteceu com os pracinhas, não trouxe para Lenalda e suas companheiras a possibilidade de estabilidade ou o reconhecimento por seu trabalho, mas sim um novo período de lutas, agora pela incorporação nos quadros do exército, o que só ocorreu em 1950, quando as enfermeiras foram convocadas, pela lei 1.147, ao posto de 2ª Tenente e a trabalhar em hospitais militares até sua aposentadoria.
ERRATA: no trecho: O retorno da guerra, após a vitória na Itália, ao contrário do que aconteceu com os pracinhas, não trouxe para Lenalda e suas companheiras a possibilidade de estabilidade ou o reconhecimento por seu trabalho, mas sim um novo período de lutas, agora pela incorporação nos quadros do exército, o que só ocorreu em 1950, quando as enfermeiras foram convocadas, pela lei 1.147, ao posto de 2ª Tenente e a trabalhar em hospitais militares até sua aposentadoria.
DEVE-SE CONSIDERAR: O retorno da guerra, após a vitória na Itália, ao contrário do que aconteceu com os pracinhas, não trouxe para a sergipana Lenalda e suas companheiras a possibilidade de estabilidade ou o reconhecimento por seu trabalho, mas sim um novo período de lutas, agora pela incorporação nos quadros do exército, o que só ocorreu em 1950, pela lei 1.147, quando passam a ser consideradas, por força de lei, oficiais da reserva de 2ª classe (sem remuneração). E, definitivamente, em 1957, ao serem convocadas ao posto de 2ª Tenente e a trabalhar em hospitais militares até sua aposentadoria.