O documento está exposto no acervo permanente do Museu da Energia e Saneamento de São Paulo. Apesar de não apresentar uma data precisa, pode-se inferir, a partir de outros dados, que foi produzido entre as décadas de 1920-1930. Observe-o e escolha uma das alternativas.
Alternativas
Comentário
O boletim – hoje exposto no acervo permanente do Museu da Energia e Saneamento de São Paulo – pertenceu a Luba Gleser (ou Glezer), aluna do núcleo feminino do Colégio Stafford (1926-1951), localizado no antigo sobrado da família Santos Dumont, nos Campos Elíseos. O documento traz uma série de informações a respeito da organização do próprio colégio (cursos fiscalizados, ano letivo, disciplinas oferecidas) e, de maneira mais ampla, dos valores e projetos das elites urbanas. Segundo dados do IBGE, no Brasil da década de 1950, a taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais era maior que 50, ou seja, menos da metade da população do período era considerada alfabetizada. Essa “triste realidade das estatísticas”, por si só, revela a estrita relação entre a educação e o poder socioeconômico das famílias. Somada a isso, a existência de disciplinas qualitativas (comportamento, ordem e polidez), no colégio em questão, revela não apenas a preocupação das elites em reforçar modelos femininos, desenvolvendo corpos dóceis, mas também constituía uma maneira de preservar sua distinção frente àquele cenário de desenvolvimento urbano e industrial. No documento, o campo “Assinatura do pai ou tutor” sugere que a gerência da educação das alunas era de responsabilidade masculina.