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Ouça a música e leia a letra de Nordeste Independente:
"Já que existe no sul esse conceito Que o nordeste é ruim, seco e ingrato Já que existe a separação de fato É preciso torná-la de direito (...)"
Sobre a canção, é correto afirmar que:
Alternativas
Comentário
A música Nordeste Independente, de Bráulio Tavares e Ivanildo Vilanova, é um repente e possui outras versões, com a letra mais extensa gravada originalmente por seu compositor, Ivanildo Vilanova. Foi gravada por Elba Ramalho, em 1984, no LP “Do jeito que a gente gosta”, que trazia o selo de proibição da censura federal. Em sua letra, apresenta a produção econômica e cultural do Nordeste brasileiro propondo que se pensasse como seria se o Brasil fosse dividido, demonstrando que o Nordeste não só era autossuficiente como também que o Sul e Sudeste dependiam da produção nordestina em vários campos da economia. A canção apresenta-se como uma resposta a uma parte do Brasil que olhava e ainda olha para o Nordeste de forma preconceituosa e desconsidera o fato de serem, o Nordeste e o nordestino, partes da identidade constituída nos mesmos estados e regiões que os olham com preconceito. Composta nos anos finais da ditadura civil militar, Nordeste Independente, embora censurado, não realizava uma crítica ao sistema:
Segundo o seu compositor Bráulio Tavares, consultado pela equipe elaboradora da ONHB, sobre a música e sua composição:
“A música é minha e de Ivanildo Vilanova, grande repentista nordestino. Foi gravada por Elba Ramalho em 1984, e proibida pela censura, era o último ano do Governo Figueiredo. Não foi usada contra o regime, mas no NE inteiro ficou como um grito de rebeldia, de autoestima etc. (…) Era mais uma gozação provocativa com o resto do Brasil, o modo desdenhoso de tratar os nordestinos. Quisemos dizer (brincalhonamente, não com agressividade): ‘Pois olhe, nós é que não precisamos do Brasil, podemos viver por conta própria’.”
A canção voltou à mídia no ano passado logo após as eleições presidenciais, quando nas redes sociais foram divulgadas mensagens de cunho preconceituoso e separatista. Nesta ocasião, a música foi ressignificada em um contexto diferente daquele em que havia sido produzida.