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Olá olímpicos! A Tarefa da 7ª ONHB tem como tema geral a questão do preconceito. Vamos falar um pouco sobre este tema, e em seguida explicar a Tarefa que as equipes tem que realizar. Sabemos que as instruções são longas, mas pedimos que as leiam com atenção, pois elas foram feitas para auxiliá-los a realizar uma ótima Tarefa.
O preconceito, como a própria palavra indica, é um pré-julgamento, um pré-conceito, ou seja, um conceito ou opinião formados antecipadamente, sem conhecimento aprofundado dos fatos. O preconceito assim leva a um julgamento antecipado, sobre o qual não se refletiu e sobre o qual não há pensamento crítico. Além disso, o preconceito pode levar a uma atitude de isolamento ou hostilidade em relação ao outro, sobre quem o pré-julgamento é aplicado.
O preconceito é histórico e social, aprendido dentro de grupos sociais e familiares e propagado no cotidiano. Por esta razão, certas frases ou brincadeiras que aparentemente são inofensivas podem esconder ofensas ou injustiças contra grupos que foram historicamente oprimidos. Outras vezes, o preconceito encontra formas de propagação muito amplas, dentro de propostas defendidas por partidos políticos ou nas redes sociais. Por esta razão, muitos dentre nós, ou nossos parentes, amigos ou conhecidos já passaram, pelo menos uma vez na vida, por uma situação constrangedora ou ofensiva, motivada por algum tipo de preconceito. Afinal, o preconceito tem muitas faces.
Nesta Tarefa, vamos trabalhar com algumas (não todas) as faces que o preconceito pode assumir.
A Tarefa consiste em entrevistar uma pessoa de seu círculo de conhecimento que já passou em sua vida por alguma situação em que foi alvo de preconceito. Esta pessoa não pode ser membro de sua equipe (nem aluno nem professor). A equipe tem que entrar em contato com esta pessoa, pedir que ela relate o acontecido, e em seguida escrever sobre isso. As instruções abaixo o ajudarão a selecionar a situação a ser relatada. Os tipos de preconceito sobre os quais as equipes devem escrever são (escolha um):
1. Preconceito étnico racial. Este preconceito gera a discriminação entre as pessoas com base na cor da pele ou na origem étnica, e no Brasil pode incidir sobre grupos historicamente discriminados, como negros e indígenas.
2. Preconceito de gênero ou sexual. Este preconceito, também chamado de sexismo, pode ser exercido contra as mulheres, entendidas como física e intelectualmente incapazes ou aptas somente a certas tarefas. São palavras e atos que desqualificam, desautorizam ou agridem as mulheres pelo simples fato de elas serem mulheres. Este mesmo preconceito ocorre também contra pessoas que tem outras orientações sexuais como a homossexualidade ou o transgênero.
3. Preconceito de credo ou religioso. Esta forma de preconceito, também denominada de intolerância religiosa, implica na intolerância e em casos extremos na perseguição contra pessoas que professam uma determinada fé, praticam determinados rituais ou portam consigo símbolos relativos à sua religião. Pode ocorrer também contra pessoas que não professam nenhuma fé (ateus).
4. Preconceito social ou de classe. Neste caso, o preconceito se exerce contra pessoas de origem humilde, analfabetos ou com pouco letramento, ou contra pessoas de renda muito baixa. Ainda, pode ocorrer contra os que exercem as profissões menos valorizadas socialmente (lixeiros, faxineiros) e implica em diferença de tratamento.
5. Xenofobia e preconceito contra migrantes. A xenofobia é a aversão a e/ou medo de estrangeiros. Este tipo de preconceito pode ocorrer não apenas contra pessoas de outros países, mas também contra pessoas de outras regiões de um mesmo país. Baseado em traços externos percebidos (roupas, traços físicos, sotaques) ou por não compartilharem os mesmos códigos culturais, este preconceito pressupõe que estes “outros” ameaçam a estabilidade, o emprego, a infraestrutura ou a tradição de grupos já estabelecidos.
6. Preconceito contra pessoas com deficiência ou determinadas doenças. Este preconceito é exercido contra pessoas deficientes físicas (inclusas pessoas com deficiência visual, auditiva, pessoas que usam prótese, ostomizados e aqueles com limitações e dificuldades de locomoção) ou mentais (inclusas pessoas com deficiência intelectual, autistas, síndrome de Down e outras síndromes variadas). No caso das doenças, o preconceito pode ocorrer por desconhecimento sobre as formas de contágio e transmissão ou por desconhecimento sobre as características da doença (HIV, hanseníase, vitiligo, obesidade mórbida, síndromes degenerativas).
7. Preconceito geracional (preconceito contra idosos). Esta forma de preconceito incide contra os idosos, figurando uma intolerância contra a condição trazida pela idade avançada, como por exemplo necessitar de cuidados especiais, não ser mais produtivo ou depender de outras pessoas.
Há outras formas de preconceito que não foram aqui tratadas. De modo geral, partem da ideia de um padrão de normalidade definido por um grupo e no qual todos deveriam se encaixar. Por vezes, mais de uma forma de preconceito se misturam (racial, étnico e contra migrantes, por exemplo) contra uma mesma pessoa. Outras vezes, brincadeiras que parecem inocentes (como o bullying muito frequente no ambiente escolar) ou gestos de crueldade são indícios de formas de preconceito arraigadas.
A sua Tarefa é entrevistar uma pessoa que já sofreu algum tipo de preconceito e relatar isso na forma de uma reportagem de revista. Vocês vão relatar o que ocorreu, como o entrevistado se sentiu em relação à situação e em seguida vão comentar e se posicionar sobre o ocorrido.
Escolha um dentre os 7 tipos de preconceito descritos acima.
Se em sua escola há mais de uma equipe participando desta fase da Olimpíada, procurem entrevistar pessoas diferentes.
Como fazer a entrevista?
O que perguntar na entrevista?
Ao escrever o texto, vocês vão transcrever uma frase que a pessoa falou e que acharam importante/significativa. Por isso é importante gravar ou anotar.
De posse destas informações a equipe vai escrever um texto, selecionando as informações mais importantes, e posicionando-se sobre o que ocorreu (as instruções para escrever o texto estão abaixo).
Lembrem-se: Um texto escrito nos moldes de uma reportagem de revista é um texto informativo, com conteúdo e escrito de forma aprazível. Pense em revistas de variedades com as quais vocês estão acostumados e na linguagem que elas utilizam (Superinteressante, Revista Brasileira de História da Biblioteca Nacional, Nova Escola, Galileu – estamos citando estas apenas como exemplos). Em suma, é um texto de divulgação, para ser lido por um grande número de pessoas.
Atenção: a foto da equipe com o entrevistado é obrigatória. Também é obrigatória a transcrição literal de um trecho-chave da entrevista, uma frase que a pessoa disse que você achou interessante. Este trecho deve ser diferente de outros que já foram mencionados no corpo do texto anterior.
Lembre-se: a Tarefa desta fase 4 será corrigida na próxima fase, a Fase 5. Nesta fase, serão computados os pontos das questões da Fase 4 e uma pontuação padrão para a entrega (ou não) da Tarefa. Se sua equipe não enviar a Tarefa, pode até ser aprovada para a 5ª Fase da ONHB, mas estará seriamente prejudicada na pontuação daquela Fase.
1. “Preconceito: tão longe, tão perto” (este título já vem pré-determinado por nós)
2. Título da Entrevista: a equipe deve inserir um título para seu texto, ele deve ser interessante e chamar a atenção para o tema central de sua entrevista
3. Imagens: a equipe deve escolher 4 imagens e distribuí-las nos espaços fornecidos, realizando uma montagem. As imagens devem obrigatoriamente ilustrar a questão do preconceito de forma geral. A equipe pode buscar na internet, fotografar, escanear, desenhar (pode ser que algum membro da equipe tenha dotes artísticos!). Recomendamos um pouquinho de imaginação e criatividade na escolha das imagens.
4. Legendas das imagens: cada imagem utilizada tem que receber uma legenda, explicando do que trata a imagem e dando a cada uma delas os créditos, ou seja, de que lugar, livro, revista, site etc. ela foi retirada.
5. Texto da Reportagem: essa é a parte central de sua tarefa, é aqui que sua equipe deverá produzir e inserir o texto.
Sugerimos que o material seja apresentado seguindo uma ordem lógica:
a) Conte sobre o seu/sua entrevistado(a). Forneça as informações relevantes sobre o(a) entrevistado(a) (nome, idade, profissão, local onde mora, estado civil).
b) Narre o episódio que se passou com ele(a) (vítima de preconceito) e como ele(a) se sentiu em relação a isso.
c) Comente e posicione-se sobre o ocorrido: por que sua equipe acha que acontece este tipo de situação? Como a legislação de nosso país trata este problema? Existem leis contra este tipo de preconceito? Como evitar que aconteça?
6. Frase em destaque: a equipe vai escolher uma frase dita pelo(a) entrevistado(a) e colocá-la em destaque.
7. Foto da equipe com o entrevistado
8. Legenda da foto da equipe com o entrevistado
Recomendações sobre o texto
a. Vocês estão produzindo uma reportagem de revista. É preciso usar uma linguagem clara, correta, que seja informativa e, ao mesmo tempo, convidativa. O espaço é limitado, por isso atenção ao número de caracteres (o número de caracteres possíveis inclui os espaços entre as palavras).
b. Procurem produzir um texto sem erros de ortografia, de concordância ou de estilo. A ONHB não é uma prova de gramática ou de redação, mas seguramente a melhor forma de comunicar uma ideia é com boa escrita. Evitem expressões chulas e tenham atenção à pontuação. Seu panfleto será lido por muitos outros participantes da Olimpíada, então, caprichem!
c. Este trabalho deve ser original, ou seja, deve ser realizado pela equipe. Portanto, não copie textos prontos da internet ou de qualquer outra fonte. É evidente que algumas informações terão que ser consultadas em livros, jornais ou internet, mas consultar e reproduzir informações é diferente de fazer “copia e cola”. A Comissão Organizadora da Olimpíada vai analisar com rigor cada caso que for apontado pelos participantes como tendo sido de pura e simples “cópia” de texto. Mais uma vez: copiar algumas informações, desde que seja dada a origem do texto (a fonte) é permitido; assim como fazer citações, desde que corretamente identificadas.
Atenção: a citação de textos de livros, internet ou outros, mesmo que citando a fonte (a origem) não deve ultrapassar mais de 20% do texto final.
d. O texto deve, obrigatoriamente, trazer um trecho da fala do(a) entrevistado (a) – uma transcrição literal de algo dito por ele(a). Isso vai aparecer em destaque na página da revista.
Recomendações sobre as imagens:
Ao todo cinco imagens serão enviadas: quatro aparecem em destaque no início da entrevista e são representativas do tema da tarefa. A última é a foto da equipe com o entrevistado. Não é obrigatória a presença do professor nesta foto, embora ele seja membro da equipe.
Características da foto: A foto deve ser digital. Se a equipe não tiver máquina fotográfica, pode emprestar de alguém ou fotografar usando um telefone celular.
A imagem deve ter tamanho máximo de 1 Mb e resolução máxima de 1500 pixels por 1500 pixels. Para reduzir a imagem na hora do envio, você pode utilizar um editor de imagens como o Picasa, o GIMP, o Paint.net, ou um serviço de diminuir fotos, como o Reduz Foto ou outro de sua preferência.
Atenção! Ao clicar em “salvar texto como rascunho”, a reportagem ficará salva em Modo Rascunho. A equipe ainda poderá fazer alterações antes do envio definitivo da Tarefa, que ocorre apenas quando a equipe clicar em “Concluir tarefa”.
O envio definitivo da Tarefa ocorre apenas quando a equipe clicar em “Concluir Tarefa”. Após clicar em “Concluir Tarefa” nenhuma alteração poderá ser feita. Por isso só clique em “Concluir Tarefa” após haver preenchido todas as reportagens.
Mãos à obra e bom TRABALHO!
Comentário
Mais uma vez a Fase 4 da Olimpíada Nacional em História do Brasil trouxe como tarefa a realização de um texto que cotejasse resultados obtidos em uma entrevista. Nessa edição tivemos como tema que perpassou várias questões da prova o tema do Preconceito em suas mais variadas formas. A reportagem de revista “Preconceito: tão longe, tão perto”estabelecia que cada equipe realizasse uma entrevista com uma pessoa que tivesse vivido uma situação de preconceito, com o objetivo de, a partir desses relatos, produzir um texto aos moldes de um texto de revista. Para isso elegemos 7 tipos de preconceito, dentro de um grande número de possibilidades. Tínhamos dois objetivos principais: proporcionar a experiência da entrevista, sempre enriquecedora e reveladora do ponto de vista da metodologia do historiador de tempos recentes; e mostrar aos participantes que, muitas vezes, pessoas muito próximas de nós tem relatos importantes, tocantes, intensos que nos podem ensinar um novo olhar sobre o nosso passado e sobre o presente, ou nos fazer ver coisas que nem imaginávamos ser possíveis. Ter contato com as múltiplas situações de preconceito pelas quais as pessoas que nos cercam podem passar pode ser uma forma de sensibilizar as equipes para as dores e dificuldades pelas quais o outro – que às vezes está muito próximo de nós – pode passar, e posicionar-se/refletir a esse respeito.
É importante lembrar mais uma vez que nessa fase a tarefa não foi avaliada em seu conteúdo e, portanto, apenas o envio ou não contava pontos padrão para a equipe. A avaliação de cada tarefa ocorrerá na Fase 5, e apenas as Tarefas das equipes que chegarem a esta fase (cerca de 1500 equipes) serão avaliadas.