“A gente ficava assim é com medo de ter guerra."
“As poucas notícias da Guerrilha do Araguaia (...) deixava todo mundo supersticioso, apavorado, em outras palavras, com medo de uma represália a qualquer hora, e o clima foi tenso. (...)
A partir dos depoimentos e de seus conhecimentos sobre a Guerrilha do Araguaia, escolha uma das alternativas:
Alternativas
Comentário
A Guerrilha do Araguaia aconteceu entre meados da década de 1960 e 1974, quando os últimos guerrilheiros instalados na região foram capturados pelos militares. A escolha da região do “Bico do Papagaio” (sul do Pará, sul do Maranhão e norte de Goiás – atual Tocantins), pelos ativistas do Partido Comunista do Brasil (PC do B), tem a ver com uma série de razões, entre elas, o tipo de vegetação local (mata) e o isolamento geográfico. Apesar do terror acionado pelo Estado, manifestado, por exemplo, nas propagandas anticomunistas e nos mecanismos de tortura física e psicológica, boa parcela da população construiu relações de amizade e de cooperação junto aos ativistas. A movimentação revolucionária, resistência armada à Ditadura Militar instalada em 1964, custou a entrar nos registros históricos do país e, assim, fazer parte da memória coletiva. Isso porque o acesso à história do movimento foi impedido pelo próprio Estado, à época, e pelos militares, após o término da Ditadura, empenhados em definir os contornos da memória nacional, suprimindo, por exemplo, acontecimentos comprometedores, como o “desaparecimento” de dezenas de corpos. Diante desse quadro, sobreviventes e familiares dos desaparecidos se organizaram contra essa violação dos direitos da história, buscando resgatar as memórias recentes do evento – como as dos depoentes Creusa Aguiar e Antônio Santos -, a fim de recompor as histórias perdidas dos ativistas políticos assassinados, e exigir que o Estado responda a esses crimes. Em dezembro de 2010, a Corte Interamericana condenou o Estado Brasileiro pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerrilha do Araguaia, estipulando que o mesmo, considerado responsável pelo desaparecimento dos combatentes, viesse a promover uma investigação para esclarecer as verdades sobre os fatos ali ocorridos, definindo e aplicando sanções previstas pela lei. A partir disso, em 2011, foi criada a Comissão Nacional da Verdade.