"Certa vez, estudando a devoção por São Benedito em Angra dos Reis, estava refletindo sobre algumas páginas de Viagem no interior do Brasil, do naturalista austríaco Johann Emanuel Pohl (1782-1834)."
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Comentário
Descrita e ressignificada pelo autor do texto, a prancha desenhada pelo pintor e viajante alemão Rugendas mescla elementos do culto africano e do catolicismo do colonizador. De acordo com Robert Slenes, “Na festa do Rosário [título da obra], se reserva um lugar de destaque aos ‘Reis do Congo’, mas a cerimônia se realiza sob a égide da Igreja Católica” (As provações de um Abraão africano: a nascente nação brasileira na Viagem alegórica de Johaan Moritz Rugendas, [1995/1996], p. 275 ). Além da leitura de imagem, orientada em grande medida pela experiência do autor do artigo, a questão buscou chamar a atenção das equipes à forma como a pesquisa histórica se desenvolve, evidenciando as dúvidas, as hipóteses e o jogo de quebra-cabeças empreendido pelo autor. Também chamamos a atenção para a relação entre os documentos, a Igreja de Santa Efigênia e a lenda do Chico Rei. Construída no alto do morro da Cruz, na cidade de Ouro Preto (MG), entre 1733 e 1785, a igreja contém uma série de elementos que remetem à cultura africana. Ademais, na abóboda-mor, pintada pelo português Manoel Rebelo e Sousa (17?-1775), há um papa negro com barrete frígio – uma possível homenagem ao financiador da igreja, o lendário Chico Rei – monarca do Congo trazido ao Brasil para trabalhar como escravo nas minas. Ainda de acordo com a lenda, ao conquistar sua liberdade, Chico Rei teria comprado a mina da Encardideira e, com o ouro extraído desta, libertado outros escravos e financiado a construção de uma igreja em homenagem à Santa Efigênia. Para a professora Giomar de Grammont, mais do que saber se Chico Rei existiu de fato, interessa entender o que essa figura significa e as relações que as pessoas têm com esse “herói”. (FIORI, Ana Maria. Tesouro ameaçado. Disponível em: http://www.sescsp.org.br/online/artigo/compartilhar/99_TESOURO+AMEACADO . Data de acesso: fev. de 2016).