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"Uma cerimônia realizada nesta terça-feira (25), em Manaus, serviu como uma reparação histórica: um pedido de desculpas por injustiças de 70 anos (...) contra imigrantes (...)"
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Comentário
O processo de imigração japonesa para a região da Amazônia brasileira remonta aos anos iniciais do século XX. Saídos do Peru, alguns grupos seguiram para esta região, atraídos pelo boom da borracha. Com o enfraquecimento econômico desta atividade extrativista, o governo brasileiro solicitou a ajuda do governo japonês a fim de desenvolver o local e, em 1925, chegaram os primeiros imigrantes resultantes desse acordo diplomático.Em 1930 foi fundada a Vila Amazônia, comunidade rural dedicada ao cultivo de juta e pimenta-do-reino. O contexto da Segunda Guerra alterou as relações com determinados grupos de imigrantes: japoneses, alemães e italianos tiveram, por exemplo, seus bens confiscados, ação pautada na Lei 4.166/42. Em 1942, a imigração japonesa foi interrompida e a Vila Amazônia foi transformada no Campo de Concentração Tomé-Açu. Este campo foi fechado com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, quando também o governo abandonou o controle da Vila. A retratação realizada pelo governo do Amazonas no ano de 2011, reconhece o sofrimento e exclusão impostos aos japoneses da região durante a Guerra. Mesmo ocorrida muito tempo depois, essa retratação tem importância simbólica reconhecendo os erros cometidos pelo Estado contra aquele grupo de imigrantes e busca atribuir outros significados à memória dos descendentes japoneses na região.